Ontem o Facebook tinha admitido que a empresa Cambridge Analytica teve acesso indevido a dados de 87 milhões de perfis, a maioria dos quais norte americanos, mas entre estes estão cerca de 63 mil são de utilizadores portugueses, segundo avança hoje o jornal Expresso.
Segundo o semanário, cerca de 15 pessoas fizeram o download da aplicação "thisisyourdigitallife" no Facebook. Contas feitas isto indica que "até 63.080 pessoas em Portugal podem ter sido afetadas".
"Usámos uma metodologia expansiva - esta é a nossa estimativa mais correta do número de pessoas que instalaram a app, tal como os dados dos seus amigos que podem ter sido acedidos", refere a gigante tecnológica, num comunicado citado pelo Expresso.
Ainda ontem o Facebook tinha revelado que, provavelmente, a grande maioria dos seus utilizadores teve os dados pessoais “vasculhados” por terceiros. Na origem desta invasão de privacidade estaria um recurso padrão que permitia que as pessoas procurassem os amigos através do número de telefone.
O escândalo com a Cambridge Analytica ficou conhecido no passado dia 17 de março, quando o The Observer e o The New York Times revelaram que a empresa britânica de consultoria política usou os dados de utilizadores do Facebook para criar um programa informático de propaganda destinado a influenciar os resultados de referendos e eleições, nomeadamente a de Donald Trump para as presidenciais dos Estados Unidos.
Apesar da configuração já ter sido removida, o responsável do departamento de tecnologia da rede social, Mike Schroepfer, indicou que o recurso tem sido usado (e abusado) há anos por empresas que querem ter acesso a dados de perfis públicos.
"Dada a escala e a sofisticação da atividade que vimos, acreditamos que a maioria das pessoas no Facebook poderia ter o seu perfil público copiado desta maneira", explica-se no site institucional da empresa.
Mike Schroepfer também admitiu que a consultora Cambridge Analytica utilizou dados de 87 milhões de utilizadores da rede social para influenciar campanhas políticas em todo o mundo, um número que representa mais de metade do número de eleitores registados nos EUA e é superior aos 50 milhões divulgados anteriormente.
“No total, acreditamos que a informação de Facebook de mais de 87 milhões de pessoas (a maioria nos EUA) foi indevidamente partilhada com a Cambridge Analytica”.
Também Mark Zuckerberg admitiu que, apesar da rede social estar a atualizar os seus termos de utilização, de modo a simplificar e facilitar a sua leitura por parte dos utilizadores, assim como a sua política de dados para que os utilizadores percebam mais facilmente que dados são recolhidos e utilizados, “esta é uma batalha sem fim: nunca será possível resolver totalmente as questões de segurança”.
À margem de uma conferência com vários órgãos de comunicação social e na sequência do escândalo da Cambridge Analytica de questões como notícias falsas, propaganda política e discurso de ódio na rede social, o CEO do Facebook desabafou que “gostava de estalar os dedos e em três meses, ou seis, ter resolvido todas estas questões”.
“Mas tendo em conta a complexidade do Facebook e das interações entre as pessoas, este será um esforço de vários anos”, acrescentando que “apenas podemos admitir os nossos erros e melhorar. Vive-se a errar e a continuar em frente”, frisou Zuckerberg.
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