Douglas Mackey, conhecido troll da internet, afeto à extrema-direita, foi detido, anunciou, esta semana, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

No período que antecedeu as eleições de 2016, Mackey e um grupo de colaboradores produziram e disseminaram memes com o intuito de transmitir a mensagem de que era possível votar através das redes sociais e de SMS. De acordo com o executivo norte-americano, cerca de 4.900 números de telefone remeteram "votos" para o número indicado por Mackey.

Redes sociais combatem fake news sobre as eleições nos Estados Unidos com notificações e etiquetas
Redes sociais combatem fake news sobre as eleições nos Estados Unidos com notificações e etiquetas
Ver artigo

Mas o "troll" tentou influenciar o resultado das eleições de outras formas e a certa altura, quando já reunia 58 mil seguidores no Twitter, o Media Lab do MIT concluiu que Mackey era já mais influente sobre o tema do que o canal NBC News ou o humorista Stephen Colbert, cuja comédia é maioritariamente sobre política.

Este caso pode abrir um precedente para a forma como a justiça norte-americana lida com fenómenos de desinformação online. Esta detenção é o primeiro exemplo do compromisso que o departamento assume no combate aos casos de violação eleitoral online, embora, até à data, a política tenha passado por dar liberdade às plataformas sociais para se regularem autonomamente.

Douglas Mackey foi banido do Twitter em 2016, numa altura em que várias contas afetas à extrema-direita foram visadas de igual forma pela rede social.