A resiliência e a criatividade dos professores, bem como os programas de estudo em casa do governo e plataformas como o COLIBRI mereceram destaque no quarto evento do ciclo de debates online #Europa2021. O elogio surgiu por parte de Mariya Gabriel, Comissária Europeia da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, num evento onde Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação, frisou que a ação para a educação digital vai muito para além dos equipamentos.

Para Mariya Gabriel, Portugal respondeu bem à pandemia na área da educação. Desde os professores aos próprios programas do Governo, como o #EstudoemCasa, os elogios da comissária são vários.

Apesar de considerar que o país é um bom exemplo nesta área, Mariya Gabriel sublinha a necessidade de um plano útil para todos os europeus e a longo prazo. É neste contexto que faz referência ao Plano de Ação para a Educação Digital (2021-2027), que define a visão da Comissão Europeia (CE), e dos estados-membro, para uma educação digital de elevada qualidade, inclusiva e acessível na Europa.

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Com o país a iniciar em 2021 a presidência portuguesa do conselho da UE já em janeiro, Portugal contribui com as suas visões. Os portugueses estiveram entre os que mais participaram na consulta pública da Comissão sobre o impacto da COVID-19 no ensino. Só a Roménia é que ficou à frente de Portugal.

Quanto ao Plano de Ação para a Educação Digital (2021-2027), adotado recentemente pela CE, Mariya Gabriel garante que se baseia nas “aprendizagens face à pandemia”. Neste contexto, apresenta duas prioridades: promover o desenvolvimento de um ecossistema de educação digital altamente eficaz e e o reforço das competências e aptidões digitais para a transformação digital.

Falando na necessidade de investimento em equipamentos, a comissão sublinha ainda a importância de uma cooperação estreita. E quais são as ações-chave nesta área? Fortes parcerias e diálogos ativos entre todos os setores, um novo centro de educação digital que vai ser lançado e uma plataforma para os estados-membro partilharem iniciativas.

Quanto à conectividade, a aposta tem de ser, sobretudo, em zonas rurais. Para isso, a CE vai sensibilizar para as oportunidades de financiamento e, assim, esperar que os jovens tenham mais acesso à Internet, a equipamentos e a plataformas digitais.

“Os equipamentos são o ponto de partida, mas nunca o ponto de chegada”

Considerando que é importante continuar a aprofundar-se o debate sobre a Europa digital e educação digital, Tiago Brandão Rodrigues reforça uma ideia que tem vido a defender: a educação digital tem muito mais a ver com pessoas do que equipamentos. Para além disso, e tal como a comissária, sublinha que o digital não é uma prioridade graças à pandemia.

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Para o Ministro da Educação, "investir na formação das pessoas compensa". Por isso, é preciso apostar no "empoderamento digital" das pessoas ao longo de toda a vida e não só na escola.

Neste contexto, Tiago Brandão Rodrigues defende que o “digital constitui no século XXI um gerador de infindáveis oportunidades, mesmo não estando isento de riscos”. No entanto, olha para o setor da educação como uma solução viável: “só a educação pode verdadeiramente potenciar essas oportunidades e mitigar os riscos inerentes a esta evolução”. É por isso que o Ministro da Educação acredita que o "digital é a melhor terapêutica para todas as dificuldades que aí vêm".