A gigante das redes sociais está a tomar medidas reforçadas para evitar que as suas plataformas sejam utilizadas para manipular a opinião pública. Após ter “apertado o cerco” aos anúncios políticos em preparação para as eleições presidenciais Norte-Americanas de 2020, a empresa anunciou que pôs fim a duas campanhas de desinformação com origem no Iraque e na Ucrânia.
Numa publicação no blog da empresa, Nathaniel Gleicher, diretor de cibersegurança, afirmou que a sua equipa removeu ao todo 244 contas, 269 páginas e 80 grupos no Facebook e ainda sete contas de Instagram que estavam ligadas às duas ações de manipulação de informação.
As entidades por trás da campanha de desinformação ucraniana utilizaram contas falsas para gerir diversos grupos e páginas de Facebook, os quais mudaram de nome ao longo do tempo para iludir o público e levá-lo para websites que se faziam passar por meios noticiosos legítimos.
Segundo as descobertas feitas pela equipa de investigação do Facebook, os administradores faziam publicações não só acerca de temas aparentemente inócuos, como celebridades e desporto, mas também sobre assuntos políticos e económicos do país, uma temática propícia à manipulação por parte destas entidades.
Além disso, a empresa liderada por Mark Zuckerberg descobriu que a campanha de desinformação estava a ser levada a cabo pela Pragmatico, uma agência de relações públicas ucraniana, que alegadamente gastou cerca de 1.6 milhões de dólares em anúncios para o Facebook e para o Instagram.
Já as entidades que executaram a campanha iraquiana utilizaram contas falsas para amplificar o conteúdo disseminado e também para gerir páginas de Facebook, muitas das quais eram compradas. À semelhança do caso ucraniano, algumas delas também mudaram de nome, no entanto, outras faziam passar-se por determinadas pessoas.
A nível das temáticas dos conteúdos disseminados, os administradores faziam publicações acerca de assuntos sociopolíticos, como religião, diversas figuras públicas (tal como Saddam Hussein) e tensões geopolíticas entre o país, o Irão e os Estados Unidos.
De acordo com Gleicher, as páginas e grupos foram eliminados não tanto pelo conteúdo por elas publicado, mas sim devido ao seu comportamento, o qual poderia pôr em causa a integridade das plataformas da empresa. Em ambos os casos, as pessoas por trás das campanhas coordenaram-nas ativamente entre si, utilizando contas falsas de forma deturpar a sua verdadeira identidade.
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