O poder financeiro da maior rede social do mundo emana, acima de tudo, da publicidade digital e, segundo informações divulgadas pelo jornal Barron, em 2017 pode vir a ser responsável por um aumento de 20% do valor da empresa. Por seu lado, a Reuters, afirma que se espera que a rede social, proprietária de populares plataformas mobile como o WhatsApp, o Instagram e o Messenger, atinja os 1,7 mil milhões de utilizadores diários dentro de quatro anos, face aos atuais 1,1 mil milhões.

O Facebook está plenamente ciente do papel fulcral que a publicidade desempenha no seu crescimento. Tanto é que ainda este mês, como o TeK noticiou, a empresa anunciou um conjunto de novas configurações que oferecem aos utilizadores a possibilidade de evitarem consumir publicidade que lhes seja irrelevante. No entanto, é de salientar, que esta publicidade é de "consumo obrigatório", ou seja, os utilizadores terão de a ver, quer queiram, quer não. Esta jogada foi tida como uma “declaração de guerra” aos bloqueadores de anúncios, visto que o novo algoritmo da rede social é capaz de neutralizar a ação dos adblockers e continuar a exibir anúncios.

A publicidade digital é o “ganha-pão” de grande parte das plataformas online, e subtrair essa variável da equação podia mesmo significar a ruína de alguns gigantes do setor. Daí que empresas como o Facebook procurem cada vez mais levar publicidade aos utilizadores – mesmo que estes não queiram – sob o pretexto de quererem oferecer a melhor experiência possível.

Não obstante o facto de que as plataformas digitais têm que obter receitas de algum lado, muitos – senão mesmo a maioria – dos utilizadores considera que a publicidade online é inoportuna e só prejudica a experiência de utilização. De acordo com dados da Page Fair, entre 2014 e 2015, o número de utilizadores a recorrerem a adblockers aumentou 41% em todo o mundo. No ano passado, a penetração destes programas em Portugal chegou aos 21%.

O Facebook está atualmente avaliado em mais de 40 mil milhões de euros, de acordo com o Dinheiro Vivo, e pode chegar perto dos 50 mil milhões de euros já em 2017, com um "empurrãozinho" da publicidade online.