Josh Glazebrook, um jovem norte-americano aluno do ensino secundário, foi julgado e condenado a 90 dias de detenção num reformatório juvenil e ao pagamento de uma coima 8,852 mil dólares depois de fazer várias ameaças de bomba à escola que frequentava em Washington, por email. Para além de estar impedido de utilizar telemóveis, computadores e videojogos durante os próximos dois anos, o jovem foi ainda expulso da escola.



O processo de investigação efectuado pelo FBI foi em parte inovador já que, para descobrir a origem das mensagens de correio electrónico a autoridade em questão
recorreu a um processo denominado "Computer and Internet Protocol Address Verifier" (CIPAV) que implicou o envio de um vírus para o email do acusado que permitiu controlar remotamente as suas operações.



Esta medida foi adoptada depois de várias tentativas de descobrir junto dos serviços de email a origem do remetente. Tal não foi possível já que, pelo que foi apurado, os endereços de correio electrónico eram criados a partir de computadores situados em Itália, uma estratégia de disfarce utilizada por Josh Glazebrook.



Entretanto, o jovem já havia criado um perfil no MySpace e enviado vários convites de amizade a diversos colegas da escola. Mais uma vez, as autoridades não conseguiram descobrir a origem ou identidade de Glazebrook.



Por esta altura, e com as técnicas de investigação a esgotarem-se, o FBI optou pela referida forma de investigação ao adoptar o envio de spyware para o email do acusado na esperança que este, inadvertidamente, instalasse o ficheiro e permitisse a monitorização remota do computador utilizado para efectuar as ameaças.



Este vírus permitia detectar qual o IP utilizado, a lista de programas utilizados, sistema operativo, browser e idioma utilizado, nome de registo da máquina entre outras informações importantes para a pesquisa.



Em poucos dias as autoridades conseguiram interceptar Josh Glazebrook que acabou por aguardar julgamento em prisão preventiva.



De acordo com a imprensa dos Estados Unidos, todo este processo foi autorizado pelos tribunais norte-americanos que permitiram que o FBI recebesse nos seus computadores as informações recolhidas do equipamento do jovem.




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