O grupo de piratas informáticos pró-russos Killnet "declarou guerra" ao Governo japonês e atacou vários sites governamentais nas últimas horas, em retaliação pelo apoio do Japão à Ucrânia, anunciou hoje o executivo nipónico. "Temos a confirmação de que este grupo declarou guerra contra nós e recebemos informações de que também atacaram os sites do metro de Tóquio e de Osaka", disse o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, em conferência de imprensa.
As declarações de Matsuno surgem horas depois do grupo Killnet ter divulgado um vídeo anti-japonês. "Devem estar atentos à situação no mundo. A Rússia não cometeu qualquer crime na Ucrânia, senão o de proteger o povo. Não somos o governo da Rússia e não avisamos mais ninguém", de acordo com o vídeo, com legendagem em japonês.
Embora os sites do metro de Tóquio e de Osaka tenham tido problemas de acesso durante algumas horas, na quarta-feira, isso não afetou o serviço de transporte. Ambas as páginas estão novamente operacionais, e, de acordo com Matsuno, não houve novos problemas com outros sites. "O sistema de informação das instituições governamentais é sempre vigiado e a ligação de partilha de informação entre Ministérios está a ser reforçada", sublinhou o porta-voz.
Cerca de 20 sites geridos por quatro instituições públicas japonesas, incluindo o Ministério do Interior e das Comunicações, o Ministério da Educação e a Agência para a Digitalização, estiveram inacessíveis nos últimos dias.
O ataque em questão foi um DDoS, uma operação geralmente direcionada para empresas e organizações que oferecem serviços pela Internet, na qual os invasores enviam várias solicitações a um ‘site’ para exceder a capacidade de resposta e impedir o funcionamento.
O grupo Killnet, com ligações à Rússia, reivindicou também uma série de ciberataques recentes a sites governamentais de países que demonstraram apoio à Ucrânia perante a invasão das forças russas, iniciada em 24 de fevereiro.
Desde então, o Japão tem vindo a impor sanções à Rússia, proibindo as importações de vários materiais e produtos deste país e congelando os bens de alguns cidadãos russos, incluindo os do primeiro-ministro, Mikhail Mishustin.
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