As páginas digitais dos portos de Groningen, Amesterdão, Den Helder e Roterdão foram alvo de ciberataques que as deixaram incessíveis durante horas ou dias, em diversos momentos e no decurso da última semana.

Os ciberataques continham a assinatura dos hackers pró-russos designados NoName057(16), que asseguram que as suas ações são uma resposta ao anúncio emitido pelos Países Baixos sobre a intenção de comprar tanques à Suíça para os entregar à Ucrânia, de acordo com mensagens partilhadas no canal Telegram deste grupo.

A Alemanha, Dinamarca ou Espanha solicitaram em 2022 autorização à Suíça para reexportar armamento helvético em direção à Ucrânia, mas a tradicional posição neutral da Suíça não permite o envio de armas suíças para países em guerra, ou a sua venda através de terceiros.

No entanto, o Governo suíço aprovou em finais de maio o envio para a Alemanha de 25 tanques Leopard 2, após garantias de que não seriam reenviados em direção à Ucrânia.

O conflito armado na Ucrânia, iniciado com a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Guerra na Ucrânia dá origem a uma nova geração de hacktivistas. Que diferenças existem entre grupos?
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Recorde-se que, como detalha o mais recente boletim do boletim do Observatório de Cibersegurança do CNCS, a Guerra na Ucrânia deu origem a uma nova geração de hacktivistas, que se posicionam de um dos lados do conflito, embora as suas características sejam ambíguas no que toca ao tipo de organização e ao apoio que têm.

Segundo  dados do CERT-EU, que realizou um estudo sobre os efeitos da guerra na Ucrânia no ciberespaço entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023, foram identificados 18 supostos grupos de hacktivistas pró-Rússia. Entre eles destaca-se o grupo Kilnet, seguindo-se os grupos Noname057(16), XakNet Team, Anonymous Russia e Cyber Army of Russia.

O grupo Killnet é considerado como um dos mais ativos, afetando entidades dos setores público e privado, incluindo organizações da saúde, nomeadamente laboratórios farmacêuticos, hospitais e clínicas, com ataques DDoS.

Foram também identificados 32 supostos grupos de hacktivistas pró-Ucrânia. Entre os que tiveram um maior nível de atividade destacam-se os grupos Anonymous, Team OneFist, DDoSecrets, IT Army of Ukraine e NB65.