A ONU já tinha deixado o aviso e, agora, a Microsoft alerta para a possibilidade de uso de ferramentas de IA, assim como de manipulação de vídeos, em campanhas de influência, neste caso russas, durante as próximas eleições presidenciais norte-americanas, além de outros momentos eleitorais ao longo de 2024
No mais recente relatório dedicado à análise das ameaças digitais russas no contexto da guerra com a Ucrânia, os especialistas em cibersegurança da Microsoft indicam que o objetivo destas campanhas será direcionar a atenção do público para forças políticas que se opõem ao apoio à Ucrânia.
À medida que a guerra entra numa nova fase, que poderá prolongar ainda mais o conflito, é muito provável que os esforços cibernéticos para desmoralizar a população ucraniana, e para minar as diferentes fontes de apoio militar e financeiro à Ucrânia, aumentem, a par dos ciberataques que visam as redes de energia e água no país durante o Inverno.
Dos vídeos manipulados à ciberespionagem
Entre março e outubro de 2023, os especialistas da Microsoft acompanharam as táticas utilizadas em campanhas cibernéticas e de influência russas. Durante este período, observaram-se operações para desmoralizar o público ucraniano, além de um foco maior na ciberespionagem.
Os especialistas indicam que, desde julho, vários atores de influência pró-Rússia enganaram celebridades para que fizessem mensagens em vídeo, que foram utilizadas depois em propaganda. Os vídeos foram manipulados para retratar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como uma pessoa viciada em drogas.
Acredita-se que os vídeos terão sido feitos através de pedidos na plataforma Cameo, com os atores de influência a pedirem às celebridades para enviarem uma mensagem a alguém chamado “Vladimir” para que procure ajuda para o abuso de substâncias.
Os vídeos foram modificados para incluir emojis, links e, em alguns casos, logótipos de meios de comunicação internacionais e publicados nas redes sociais.
O Microsoft Threat Analysis Center observou sete vídeos deste tipo desde o final de julho de 2023, com personalidades como Priscilla Presley, o músico Shavo Odadjian e os atores Elijah Wood, Dean Norris, Kate Flannery e John McGinley.
Além de operações de ciberespionagem contra as forças militares ucranianas, o relatório indica que, durante este período, também se verificaram várias campanhas de influência, mesmo depois da morte de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, e da “troll farm” Internet Research Agency.
Os especialistas observaram também que, desde os ataques do Hamas em Israel em outubro, atores de influência alinhados com a Rússia, além de meios de comunicação social estatais, procuraram explorar este conflito para promover narrativas anti-Ucrânia e para exacerbar tensões geo-políticas.
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