Mais de um ano depois do início da guerra na Ucrânia, o país procura resistir aos ataques da Rússia. Um dos próximos capítulos da guerra poderá ser a tentativa do exército ucraniano recapturar a Península de Crimeia, que a Rússia anexou em 2014. Segundo imagens de satélite partilhadas pela agência noticiosa Al Jazeera, o exército russo está a criar fortificações defensivas e a cavar trincheiras, preparando-se para o eventual avanço das forças ucranianas.

Entre fevereiro e março, a fronteira em torno da Crimeia em sido fortificada com barreiras, antecipando a esperada contraofensiva da Ucrânia. A rede de trincheiras e defesas estende-se pelas vilas fronteiriças da Península, tendo-se registado a construção de diversas bases militares durante este período, segundo a análise dos especialistas às imagens de satélite.

Veja na galeria as imagens de satélite das trincheiras que estão a ser construídas na Península de Crimeia:

Imagens captadas no início de abril apontam para a criação de uma barreira no mar, perto do porto de Sevastopol, assim como novos edifícios e infraestruturas na área portuária. A agência destaca os anúncios de ofertas de emprego relacionadas com a criação de fortificações em centros da Crimeia nos últimos meses. Os analistas apontam que as trincheiras não estão ainda 100% construídas devido à falta de mão-de-obra. Salientam ainda a falta de ligação entre as redes de trincheiras, após a análise das imagens.

A Rússia está a reforçar o território a norte com trincheiras, contra o possível assalto terrestre do exército ucraniano, ao mesmo tempo, mais a Sul, outras fortificações poderão servir para abrandar o avanço, caso a primeira linha seja ultrapassada com sucesso. Neste caso estão a ser reforçadas as defesas de duas autoestradas (E97 e E105).

Nos últimos dias foram partilhados nas redes sociais documentos com planos de guerra confidenciais dos Estados Unidos e NATO, sobre as necessidades da Ucrânia para as próximas campanhas estratégicas de contraofensiva à Rússia. O The New York Times destaca a confirmação do executivo de Joe Biden sobre a fuga de informação. É referido que os documentos têm algumas semanas e podem ter sido modificados, numa estratégia de desinformação pela Rússia, dizem os analistas.

Este fim-de-semana a Rússia bombardeou duas cidades a leste da região de Donetsk, levando o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskiy a denunciar a morte de civis durante o domingo pascal, conhecido no país como o Orthodox Palm Sunday.