O portal fundado por Julian Assange publicou inúmeros documentos com informação pessoal e sensível de vários cidadãos inocentes que podem agora estar em perigo. Os registos contêm dados médicos e financeiros pertencentes a um grupo de particulares que incluem vítimas de abusos sexuais, doentes mentais e crianças. Segundo escreve a Associated Press, há também um cidadão saudita envolvido neste leak que foi preso por práticas homossexuais, ato condenável com pena de morte na Arábia Saudita.

A publicação destas informações, não foi, no entanto, propositada. De acordo com a AP este é um dano colateral das investidas que a organização tem feito contra atividades criminosas que, na maior parte das vezes, resulta em leaks não filtrados onde constam informações que nada têm a ver com os visados pelo portal.

Só nos ficheiros do Partido Democrata norte-americano, publicados durante o passado mês de julho, foram arrastados para a internet mais de 24 números de cartões de crédito que, consequentemente, levaram a tentativas de roubo de indentidade por parte de alguns hackers.

Mas a maior parte deste acervo pertence, no entanto, a cidadãos sauditas. De acordo com a AP, há mais de 500 ficheiros com números de identidade e passaportes pertencentes a cidadãos do país online, sendo que, alguns deles, contêm informação pertencente a problemas existentes em algumas das famílias visadas como divórcios, crianças desaparecidas ou batalhas por custódias. Alguns destes documentos detalham ainda algumas das quezílias que levaram às separações deixando a descoberto, por exemplo, problemas de infertilidade ou a identidade de vários portadores de infecções sexuais.

Para além dos problemas de privacidade o portal está também a ser acusado por colocar os seus próprios leitores em risco ao divulgar ficheiros com software malicioso. "A sua concepção de jornalismo é encontrar um documento interessante no lixo e depois colocar o lixo à nossa porta," comentou Vesselin Bontchev, investigador na Academia Búlgara de Ciências.