Empresas como a Google, Amazon, Facebook e Apple podem não estar a cumprir a nova lei de privacidade de dados da União Europeia, de acordo com um estudo levado a cabo pela Organização Europeia de Consumidores (BEUC na sigla em inglês) que analisou as políticas de privacidade pós- RGPD de 14 organizações.

Investigadores do Instituto Universitário Europeu de Florença usaram um software de inteligência artificial, denominado Claudette, para examinar automaticamente as políticas de privacidade das empresas e detetar cláusulas que potencialmente não cumpram os requisitos do RGPD.

A pesquisa sugere que, um mês depois da entrada em vigor do Regulamento Geral de Proteção de Dados, as políticas de privacidade de alguns dos maiores serviços online deixam muito espaço para melhorias, já que um terço dessas cláusulas era "potencialmente problemático" ou continha "informação insuficiente". Mais de 11% por cento continham termos pouco claros.

Entre os problemas identificados está o facto das empresas nem sempre informarem adequadamente os utilizadores em relação a terceiros com quem partilham os dados, bem como o processamento de dados não estar a acontecer de acordo com os requisitos do Regulamento.

“Esta pesquisa inovadora demonstra que, assim como a Inteligência Artificial e a tomada automatizada de decisões será o futuro para empresas de todos os tipos de setores, a IA também pode ser usada para manter as empresas sob controlo e garantir que os direitos das pessoas sejam respeitados”, afirmou Monique Goyens, diretora geral da BEUC.

Um porta-voz da Google disse que a empresa atualizou a sua política de privacidade e usa linguagem clara e clara, enquanto que a Amazon disse que suas políticas estão em conformidade com o RGPD, remetendo para a sua página de ajuda sobre privacidade.

O Facebook referiu que tem trabalhado "arduamente para garantir que são cumpridos os requisitos do novo Regulamento”, tornando as suas políticas mais claras e fazendo com que as configurações de privacidade sejam mais fáceis de encontrar. A Apple recusou-se a comentar.