
É uma Europa com diferentes níveis de utilização do comércio eletrónico e perceções diversas sobre a informação pessoal colocada na Internet, com os países do norte a revelar maior adesão às compras online e os do sul a mostrar menos preocupações e diferentes ideias do que é considerado informação pessoal.
Estas conclusões globais resultam de um inquérito sobre o comportamento dos utilizadores dos 27 Estados-Membros da União Europeia (EU) durante a utilização da Internet, que resultou no maior estudo até agora realizado na Europa, de acordo com indicações da Comissão Europeia, a quem coube a realização do trabalho.
Denominado Pan-European Survey of Practices, Attitudes and Policy Preferences as regard Personal Identity Data Management, o estudo foi oficialmente concluído no final de Julho, compilando informação ao nível dos hábitos dos utilizadores, do tipo de informação que disponibilizam e da perceção que possuem quanto à segurança na utilização dessa mesma informação.
Tudo isto com base em quatro grandes tendências do Universo online: Comércio Eletrónico, Redes Sociais, Identidade/autenticação e Informação médica.
Compras online com assimetrias
No que respeita ao comércio eletrónico, o estudo revela que os portugueses se mostram cautelosos na disponibilização de informação nos sites de vendas online. Por exemplo, em seis tipos de informação normalmente fornecida - nome, morada, número de telemóvel, nacionalidade, informação financeira e número de identificação - apenas nesta última os portugueses inquiridos ultrapassam a média dos 27 países, com 23% dos utilizadores a colocarem essa informação.
A nível europeu, 90 por cento refere colocar o nome, 89% a morada e 46% o telemóvel, enquanto apenas 72%, 60% e 26% dos portugueses o fazem, respetivamente.
Quanto à adesão dos utilizadores em Portugal às compras em lojas online, apenas 22% referiram fazê-lo, contra os 81% dos dinamarqueses e dos holandeses, por exemplo, que revelam ser os maiores consumidores online. Em média, cerca de 40 por cento dos cidadãos europeus fazem compras na Internet.
Sem receio nas Redes sociais
O estudo indica que os portugueses são um dos povos europeus com menos receio de colocar informação pessoal nas redes sociais, com dois em cada três utilizadores a revelar que têm um controlo parcial na informação pessoal colocada online; 25% dos utilizadores em Portugal referem mesmo que possuem controlo total sobre essa informação.
Quanto à perceção dos riscos que essa informação lhes pode trazer, o que os portugueses mais temem são as fraudes possíveis de concretizar usando os seus dados - cerca de 50 por cento. A partilha dessa informação com outros utilizadores, sem conhecimento do respetivo utilizador, é o segundo receio mais referido.
Os cidadãos do norte da Europa (Alemanha, Suécia, França, Irlanda e Dinamarca) são os que mais percecionam os riscos da colocação de informações pessoais nas redes sociais.
Em todo o caso, mais de um terço dos europeus usa sites de redes sociais, dos quais mais de metade usa sites para partilhar fotos, vídeos e filmes, por exemplo.
O domínio dos cartões bancários
Ao nível dos documentos usados na Internet como forma de autenticação, os cartões bancários são os mais usados nos 27 países da UE (74%), com o bilhete de identidade a surgir como segunda prova de identificação (68%).
O estudo chama a atenção para o facto de serem os utilizadores de Internet mais frequentes e ativos os que usam menos os documentos oficiais online, preferindo fornecer os dados da carta de condução, dos cartões-cliente ou mesmo usando contas que já possuem na Internet.
Portugal integra o grupo de países onde os utilizadores confiam mais no documento de identificação oficial.
Em relação aos perigos do roubo de identidades, os europeus mostram-se divididos entre os que receberam informação relevante por parte dos média sobre este fenómeno, e os que, pura e simplesmente, referem nada ter ouvido sobre estes procedimentos.
Neste tema, os portugueses fazem parte do grupo de europeus que menos ouviram falar nos meios de comunicação de roubo de identidades na Internet, com apenas 22% dos inquiridos a reconhecer ter recebido esse tipo de informação ao longo de um ano.
Informação médica é pessoal?
Por fim, o estudo da Comissão Europeia refere que "há diferenças significativas entre países na perceção de que informação médica é também informação pessoal". Enquanto nos países do norte e oeste da UE essa ligação é assumida, no sul e no leste a situação é inversa.
Portugal e Roménia (50%), Polónia (46%) e Bulgária (52%) são os Estados em que a informação médica é menos assumida como pessoal. Nesses casos, os utilizadores encaram o cartão de identidade e os passaportes como documentos mais pessoais do que informação sensível, como a médica ou a financeira.
O estudo teve como base mais de 26 mil entrevistas, das quais 1046 foram efetuadas em Portugal.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Microsoft: 50 anos de história e os marcos da empresa que redefiniu o software na computação pessoal -
App do dia
Pondlife é um jogo relaxante que ensina mais sobre os peixes e animais marinhos -
Site do dia
Aprenda acordes de guitarra gratuitamente através do FretMap -
How to TEK
Instagram muda layout e substitui quadrados por retângulos nos perfis. Como se adaptar ao novo formato?
Comentários