A Recording Industry Association of America (RIAA) anunciou que, a partir de agora, seriam os operadores a interceder junto dos internautas em casos de utilização ilegal de redes P2P. A notícia tem causado alguma controvérsia e já há quem se oponha veemente contra a decisão da associação.

Jerry Scroggin, dono de um pequeno ISP do Louisiana - Bayou Internet and Communications -, veio a público frisar que, se a RIAA quer passar as tarefas para as mãos dos operadores, então "terá de pagar pelo seu esforço" pois "não trabalhará de graça" mesmo que lhe atribuam "ilegalmente" as culpas "de um prejuízo de 99 cêntimos por uma musica".

Citado por diversos órgãos de comunicação social norte-americanos, o responsável, que vende acessos a uma base de clientes de 10 a 12 mil assinantes, refere que não é justo que sejam os operadores a alertar ou bloquear acessos aos internautas que utilizam as redes de partilha de ficheiros. De acordo com Jerry Scroggin, o policiamento da Internet não tem de ser feito pelos ISPs e explica que "a industria tem o direito de proteger as suas músicas ou filmes" mas que não têm o direito de obrigar os operadores "a protegerem esses direitos por eles". O responsável frisa, no entanto que não quer ter clientes "a utilizarem ilegalmente a rede" mas que não o fará "nada que o impeça de graça".

O dono da Bayou Internet and Communications indica que recebe várias notificações por mês, enviadas por responsáveis da indústria, que o alertam para clientes que utilizam ilegalmente o P2P na sua rede. Cada vez que recebe um alerta, Jerry Scroggin explica que pede informações acerca do cliente "detectado" mas que nunca obtém resposta. Como tal, não tem "de perseguir os infractores".

Por fim, o responsável salienta que a sua companhia sempre colaborou em casos de investigação, nomeadamente com autoridades policiais em grandes investigações, mas que a nova postura da RIAA não é positiva. Isto porque, pode não ter impacto a nível dos grandes ISPs mas que, no caso de operadoras da dimensão da sua, o policiamento da rede exige custos que na maioria das vezes não são suportáveis.