Portugal está entre os países da União Europeia em que mais jovens admitem estar viciados nas redes sociais: o valor atinge os 86%, comparando com os 78% da média europeia.  Nove em cada 10 já usa redes sociais desde os 13 anos.

Os dados são de um estudo internacional desenvolvido pela Dove, e indicam também que 80% dos jovens preferem comunicar pelas redes sociais, em vez de pessoalmente, além de admitirem ficar aborrecidos se não puderem aceder às plataformas.

As conclusões do estudo apontam, igualmente, que as redes sociais têm impacto negativo na saúde mental de dois em cada cinco jovens, em Portugal, muito por culpa dos conteúdos tóxicos a que 90% já assistiram. De acordo com os resultados, 45% dos inquiridos foram expostos a conteúdos que influenciam comportamentos de restrição ou distúrbio alimentar e 70% a conteúdos que incentivam a utilizar filtros em fotos e vídeos de forma excessiva.

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Estes conteúdos influenciam de tal forma os jovens que três em quatro afirmam ter visto conteúdos que mostravam “corpos perfeitos e irrealistas” e dizem concordar que as redes sociais têm o poder de os fazer querer mudar a sua aparência.

Abrangendo igualmente a visão dos pais, o estudo conclui que 48% se sentem culpados por não estarem a proteger suficientemente bem os filhos daquilo que veem e ouvem diariamente online. Mais de metade (52%) acreditam que plataformas têm mais poder para moldar a autoestima e a confiança dos seus filhos do que eles enquanto pais, e 40% confirmam que os conteúdos têm impacto negativo na saúde mental dos filhos.

Entre os pais inquiridos, 70% acham que os algoritmos das redes sociais são concebidos para apresentar aos utilizadores conteúdos tóxicos, com o argumento de que este tipo de conteúdos tende a gerar maior interação com os mesmos e apenas 20% acreditam que as plataformas se importam com a saúde mental dos jovens.

A grande maioria defende que as redes sociais precisam de mudar para darem uma experiência mais positiva aos adolescentes e que é necessário adotar leis para responsabilizar as plataformas pelos danos que estão a causar à saúde mental dos jovens. Quase todos concordam que que as marcas e os influenciadores também devem assumir o compromisso de publicar conteúdos de forma mais responsável nas redes sociais.