Em 2021, 52% dos cidadãos residentes em Portugal fizeram compras através da internet online, valor que representa um crescimento de sete pontos percentuais (p.p.) face a 2020 e que se traduz na maior subida anual desde que a informação é recolhida.

O vestuário/calçado (69%) e as refeições entregues ao domicílio (46%) foram os produtos físicos mais encomendados online e os que mais cresceram comparativamente ao ano anterior. A seguir ficaram os produtos de cosmética, beleza e bem-estar (31%) e os computadores, tablets, telemóveis, equipamento informático complementar ou acessórios (30%), neste último caso o que mais desceu face ao ano anterior (menos 7 p.p.).

Filmes, séries e programas de desporto para download ou subscrição online foram, por sua vez, os produtos digitais mais comprados pela internet (35%), destacando-se os serviços de alojamento (28%), de transporte (22%) e a adesão ou renovação de serviços de ligação à Internet, telefone ou telemóvel (19%) como os serviços mais contratados.

A evolução positiva dos números associados ao ecommerce em Portugal “poderá estar associada aos efeitos da pandemia de COVID-19”, nota a Anacom numa infografia onde resume os dados do seu relatório "O comércio eletrónico em Portugal e na União Europeia em 2021 - segmento residencial e empresarial".

Entre os inquiridos 93% não mencionaram qualquer dificuldade na realização de encomendas online. Os problemas mais referidos foram o tempo de entrega das encomendas (3%) e a entrega de bens ou serviços danificados ou errados (3%).

Já relativamente à principal barreira à utilização do comércio eletrónico são apontadas a preferência pelo contacto pessoal, força de hábito ou fidelidade aos clientes habituais, seguindo-se o não haver necessidade de comprar online e as preocupações com a segurança dos pagamentos.

Vendas também aumentaram entre empresas, mas receita foi menor

Os dados partilhados pela Anacom sobre as empresas em Portugal referem-se a 2020 e revelam que cerca de 16% das empresas portuguesas com 10 ou mais pessoas ao serviço receberam encomendas por via eletrónica, num valor que representa um crescimento de quatro pontos percentuais face ao ano anterior. Estas encomendas representaram 17% do volume de negócios, valor três pontos percentuais abaixo comparativamente ao registado em 2019.

Embora a maioria das empresas receba as encomendas através do seu website ou app, em cerca de 6% dos casos a receção foi feita através de portais de comércio eletrónico ou plataformas digitais (via apps) utilizadas por várias empresas, como por exemplo Booking, hotels.com, eBay, Amazon, Amazon Business, Alibaba, Rakuten, Showroomprive, TimoCom, etc.

Embora 71% das empresas não tenham manifestado qualquer dificuldade associada às vendas a clientes de outros países da UE (mais 24 p.p. do que o registado no inquérito de 2019), o principal problema referido pelas restantes foram os custos elevados de entrega e devolução de produtos (20%), nota a Anacom no seu relatório.