Mais de metade dos portugueses ainda têm medo de usar a Net para aceder a serviços como a banca online ou fazer compras, revela um estudo da Comissão Europeia divulgado ontem. Cinquenta e seis por cento dos residentes em Portugal afirmaram não estar "confiantes na sua capacidade de utilizar a Internet para coisas como a banca online ou fazer compras online".

A percentagem daqueles que se dizem à vontade com a utilização deste tipo de serviços fica-se pelos 42%, um valor que considerados os 27 países da União Europeia se situa nos 69%. Neste contexto "global", a percentagem dos "receosos" não ultrapassa os 29%, apurou o Eurobarómetro.

Na lista de razões que podem ajudar a justificar a pouca apetência pelo desempenho deste tipo de tarefas online estão a preferência pela transação presencial de serviços e produtos, que permite colocar questões e inspecionar os artigos pessoalmente, admitiram 40% dos entrevistados em território nacional. Por outro lado, 39% preocupam-se com o facto de alguém roubar ou dar mau uso aos seus dados pessoais.

Esta é, de resto, uma das questões que mais preocupa os portugueses em matéria de ameaças à segurança online: 69% dos entrevistados afirmam estar "preocupados" ou "muito preocupados" com a questão do roubo de identidade. Oitenta e dois por cento receiam que a informação que fornecem online não seja mantida em segurança pelos sites.

Dez por cento garantem já ter sido vítimas de esquemas em que alguém roubou os seus dados pessoais e assumiu a sua identidade, para fazer compras em seu nome, por exemplo.

Percentagem igual é registada entre os que dizem já ter sido vítima de fraude online relacionada com o comércio de produtos, em que os artigos "não foram entregues, eram contrafeitos ou não eram conforme o anunciado".

Ainda assim, num cenário em que 75% dos portugueses se consideram mal informados sobre os riscos que correm durante a utilização da Internet e 87% acreditam que estes aumentaram no último ano, mais de metade (61%) não alteraram as suas palavras passe no último ano. Porém, 91% garantem que evitam fornecer informações online.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes