Com a primeira fase dos exames nacionais do secundário ainda a decorrer, muitas têm sido as notícias sobre o próximo ano letivo e a Escola Digital tem sido um dos focos. Desta vez, o governo anunciou que em setembro vai avançar com manuais escolares digitais num grupo de dez escolas, numa altura em que se poderá tentar uma desmaterialização dos manuais já nesse mês.
A garantia foi dada pelo secretário de Estado da Educação João Costa à Rádio Renascença, fazendo referência a uma "transição que não é experimentalista e que foi preparada com uma capacitação para aquilo que podem ser os obstáculos”. O objetivo passa por se alcançar resultados o mais positivos possíveis, tendo em conta que, como diz, se, por exemplo, “o próprio professor não conseguir explorar amplamente as capacidades dos recursos digitais, eles podem ser ou relativamente inúteis ou, até, não serem um bom substituto do papel”.
A verdade é que o grupo de dez escolas consta de uma lista que João Costa garante não estar ainda fechada. No entanto, sabe-se já que vai contar com “diferentes contextos geográficos, diferentes cenários socioeconómicos de implantação da própria escola”. O secretário de Estado assume mesmo que se poderá tentar uma desmaterialização dos manuais já em setembro, para "servirem também um pouco de tubo de ensaio para a escalagem para todos os agrupamentos de uma forma progressiva”.
400 milhões para acesso universal a computadores no próximo ano letivo
O anúncio de João Costa segue-se a uma confirmação do governo na semana passada na área do ensino. Na altura, ficou conhecida a autorização oficial de uma despesa no valor de 400 milhões de euros para equipar as escolas com meios digitais, nomeadamente computadores, conectividade e serviços conexos para disponibilizar às escolas públicas, a executar nos anos de 2020 e 2021.
O investimento já estava previsto no Programa de estabilização e vai "dotar as escolas, os docentes e os alunos para o desenvolvimento de competências digitais no trabalho escolar", explicou o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. O valor será distribuído entre 2020 e 2021 e a medida será implementada em diferentes fases.
Em entrevista à Rádio Renascença, Jorge Sá Couto, que administra o JP Group e que "explodiu" com o impulso dado no governo de José Sócrates com o portátil Magalhães, considera que "Portugal vai voltar novamente a essa área", fazendo referência à digitalização. A visão da empresa nacional é de que "é importante haver criação e produtividade, e isso só é possível com um computador”.
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