A pandemia de COVID-19 trocou as voltas ao modelo de ensino em todo o mundo e Portugal não foi exceção. Com os exames nacionais para os alunos do 11º e 12º anos de escolaridade ainda a decorrer, as medidas para o próximo ano letivo contam com a ajuda do digital para garantir a retoma do ensino em segurança. Reforço da formação de professores e reforço de competências digitais para alunos, centro e escolas, mas também a entrega de computadores aos alunos, são algumas das apostas para o futuro.
Estão preparados três cenários em função da situação epidemiológica no país: regime presencial e os regimes misto e não presencial. Para o Governo, há uma orientação clara de que o "regime regra" é o presencial. E, nesta perspetiva, a possibilidade de um regime misto e não presencial quer permitir que as escolas se comecem a preparar desde já para uma resposta mais rápida em caso de necessidade temporária.
Ainda que o regime presencial seja o preferencial, será publicado um documento de referência para apoio ao diagnóstico e um reforço da formação de professores. Competências digitais, metodologias de ensino não-presencial, tutoria e avaliação serão algumas das áreas cobertas.
E, numa altura em que se sabe que o Governo vai dar computadores a 300 mil alunos no próximo ano letivo, o Ministério garante que vai dotar também as escolas, os centros e os alunos para o desenvolvimento de competências digitais. Neste sentido, será implementado um conjunto de medidas, em diferentes fases, "que possa lançar e alcançar a universalização do acesso a estes recursos ao nível infraestrutural", explicou Tiago Brandão Rodrigues.
Para ajudar a cumprir esta missão, serão adquiridos computadores que prioritariamente serão para os alunos da ação social escolar. Noutra vertente, direcionada para os professores, será desenvolvido um programa de capacitação digital, pretendo-se ainda promover uma maior desmaterialização dos manuais escolares.
Já na semana passada, e em comunicado do Conselho de Ministro, tinha sido destacado, face à incerteza da evolução da pandemia, a importância de "medidas de organização e funcionamento dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, incluindo escolas profissionais". A estratégia pretende garantir "a retoma das atividades educativas e formativas, letivas e não-letivas, em condições de segurança para toda a comunidade educativa".
O plano foi anunciado numa conferência de imprensa na passada sexta-feira. O Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e os secretários de estado João Costa e Susana Amador apresentaram o conjunto de medidas aprovadas em Conselho de Ministros.
Desigualdades no ensino a distância obrigam à distribuição de computadores nas escolas
Em plena pandemia, as desigualdades no ensino a distância foram um tema recorrente, depois das escolas terem sido encerradas pelo governo. Logo no início de março, um estudo revelou que 20% dos alunos estavam excluídos das aulas à distância por não terem um computador em casa.
Entretanto, e face a este contexto, surgiram várias iniciativas de doação e "empréstimos" de computadores, com os PC e routers emprestados para as aulas online a gerarem polémica nas escolas portuguesas. No início de junho, o projeto que combate desigualdades no ensino online Student Keep anunciou que doou mil computadores às escolas.
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