Na semana passada o regulador das telecomunicações da Índia, o TRAI, decidiu bloquear o programa Free Basics no país. Tudo com base no argumento que a iniciativa do Facebook em levar Internet e serviços online gratuitos até pessoas pobres está a colocar em causa a neutralidade da Internet.

Hoje, 28 de dezembro, o diretor executivo da rede social e mentor do projeto Free Basics, Mark Zuckeberg, escreveu um artigo de opinião no jornal Times of India onde lamenta e condena a decisão tomada pelas autoridades indianas.

No seu texto o empreendedor norte-americano diz que em pleno século XXI ter acesso à Internet é uma necessidade tão básica como poder aceder a livros numa biblioteca, aceder a cuidados de saúde num hospital ou poder ter educação numa escola. E tal como estes serviços, há necessidade de uma vertente gratuita.

“Se aceitarmos que todos merecem acesso à Internet, então temos de apoiar serviços básicos e gratuitos de Internet. Em vez de quererem dar acesso a estes serviços de forma gratuita, os críticos do programa Free Basics continuam a espalhar falsas alegações - mesmo que isso signifique abandonar mil milhões de pessoas”, disse o ‘patrão’ do Facebook.

Zuckerberg acrescentou depois: “Isto não é sobre os interesses comerciais do Facebook - nem existem sequer quaisquer anúncios do Facebook no Free Basics. Se as pessoas perderem acesso a serviços básicos e gratuitos elas simplesmente vão perder as oportunidades que a Internet oferece atualmente”.

Apesar de não haver anúncios da sua rede social, o Facebook marca presença no número limitado de serviços que é possível aceder a partir da Internet dada pela Free Basics em parceria com os operadores de telecomunicações.

Quanto ao argumento de que desta forma a organização estará a criar uma Internet a duas velocidades e manipuladora, Mark Zuckeberg respondeu dizendo que metade das pessoas que acedem ao programa Free Basics acabam por pagar para ter mais e melhor Internet nos primeiros 30 dias.