O cibercrime custa anualmente ao mundo cerca de 388 mil milhões de dólares. As contas são da Symantec e revelam que as atividades criminosas online valem mais que o mercado da marijuana, cocaína e heroína juntos. As contas fazem-se pela soma dos prejuízos, cerca de 114 mil milhões de dólares por ano, com os custos em termos de tempo gasto pelas vítimas na sequência da experiência, algo que valerá por ano qualquer coisa como 247 mil milhões de dólares.



O mesmo relatório, apresentado esta manhã em Lisboa, revela que mais de dois terços (69 por cento) dos adultos que navegam na Internet já foram vítimas de um ataque, ao ritmo de 14 adultos a cada segundo.



Os telemóveis são cada vez mais um veículo de contacto com problemas de segurança, alerta o estudo, que apurou terem já sido vítimas de cibercrime 10 por cento dos utilizadores móveis em idade adulta. Neste universo, são os homens com idades entre os 18 e os 31 anos as vítimas mais prováveis, sendo que 4 em cada 5 já foram alvo de problemas.



As ameaças móveis, por seu lado, aumentaram 42 por cento face ao ano anterior. De 115 vulnerabilidades visando sistemas operativos móveis, passou-se para 163.




Nesta última edição o relatório da Symantec identificou 286 milhões de variações únicas de software malicioso, contra 240 milhões na edição anterior, o que representa um aumento de 19 por cento.

Do lado dos consumidores, o documento relata que 41 por cento continuam sem utilizar um software de segurança atualizado. Sessenta por cento não usam passwords complexas ou não as mudam regularmente e só 16 por cento dos utilizadores de telemóveis usa versões atualizadas de produtos de segurança nessa plataforma.



O relatório da Symantec foi realizado entre fevereiro e março de 2011 e ouviu perto de 20 mil utilizadores de Internet em 24 países, onde Portugal não se inclui.



Phishing continua a aumentar em Portugal


Em Portugal, contudo, a tendência está alinhada com o que revelam os indicadores a nível global, com o número de crimes a aumentar e a sofisticação das técnicas também. Francisco Luís, inspetor da polícia Judiciária, participou no encontro, onde confirmou que desde 2002 o número de crimes de phishing, o tipo de ataques mais comuns, tem aumentado consecutivamente e em alguns anos tem mesmo duplicado.



O responsável também sublinhou que o prejuízo individual associado a cada ataque tem baixado, mas em compensação faz notar que o número de ataques cresceu significativamente.



Os ataques dirigidos aos utilizadores de Internet portugueses chegam sobretudo de fora do país e têm duas origens principais: o leste da Europa e o Brasil, em proporção idêntica.



Salvador Tapia Rodriguez, diretor da unidade de consumo da Symantec Ibérica, sublinhou ainda que Portugal tende a ser cada vez mais visado por ataques informáticos como o phishing. A aproximação de grandes eventos desportivos, como os jogos olímpicos ou o mundial de Futebol serão boas oportunidades para os atacantes explorarem a proximidade linguística entre Portugal e Brasil, defende o responsável.



A Symantec apresentou também hoje a nova linha de produtos de segurança para 2012, onde se inclui a suite Internet Security do Norton 2012, o pacote antivírus e uma solução para Android, que ficará disponível em Portugal durante o próximo mês. Em Novembro chega a Portugal mais uma versão do Norton para Android, otimizada para Tablet PCs.

Escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico