O Governo alemão continua preocupado com a privacidade dos seus internautas. Terá sido essa a razão a motivar a mais recente medida, que propõe a aplicação de multas até 50 mil euros para empresas que usem o Google Analytics nos seus sites.

A ferramenta disponibilizada gratuitamente pela gigante das pesquisas recolhe e analisa informação sobre as visitas recebidas por um site. Mas permite também elaborar perfis bastantes precisos sobre o tipo de pessoas que visitam regularmente uma página e sobre padrões de navegação de acordo com denominadores comuns como o sexo, idade, localização ou interesses - dados que podem ter um valor elevado no mercado.

De acordo com a informação avançada pelo El Mundo, citando "confirmações das autoridades de Berlim" à imprensa local, os responsáveis governamentais entenderam que o Google Analytics se serve ilegitimamente dos dados recolhidos.

Depois de investigada a utilização da ferramenta no país durante mais de um ano, as autoridades federais chegaram à conclusão que o uso mais comum da ferramenta é a obtenção de estatísticas detalhadas sobre o número, distribuição geográfica e padrões de pesquisa dos visitantes. No entanto, há empresas que estão a lucrar com estas estatísticas sobre os padrões de utilização dos visitantes sem o consentimento expresso dos internautas, defendem.

Os responsáveis alegam que a prática atenta contra o direito à privacidade, embora exista falta de legislação e sanções específicas, por tratar-se de um delito relativamente recente.

Assim, avisaram que, "nos próximos dias", o organismo federal responsável pelas questões relacionadas com a privacidade dará instruções aos servidores e concretizará os requisitos que terão de ser cumpridos pelas ferramentas destinadas a prestar este tipo de análises.

Segundo o Wall Street Journal, a Google disse que foi apanhada de surpresa com o fim das negociações, afirmando que tem vindo a trabalhar activamente para fazer face às preocupações manifestadas pelas autoridades.