O lançamento do serviço online de música Baboom tomou de assalto a atenção mediática. Há muito que Kim Dotcom tinha prometido o lançamento de uma plataforma de música online. E há muito tempo que o empreendedor alemão tem trabalhado com uma empresa do Porto para que o lançamento do Baboom fosse concretizado.

Agora chama-se Baboom Developers, pois trabalha em exclusivo para o serviço, mas já teve outro nome. Está sediada no Porto e desde 2009 que está a trabalhar com Kim Dotcom. Todo o desenvolvimento da amostra que está disponível online foi feito pelas 13 pessoas que fazem parte da "subsidiária" portuguesa.

Marco Oliveira, diretor de tecnologia da empresa, falou com o TeK sobre a experiência de desenvolver uma plataforma tão mediática e de trabalhar de perto com uma das figuras mais carismáticas do mundo das tecnologias, Kim Dotcom.

"O objetivo é mostrar o que a plataforma pode oferecer", referiu Marco Oliveira a propósito de só haver um álbum disponível.

O CTO acredita que o Baboom tem potencial para responder a vários desafios. Confrontado com a ideia de ser o MySpace dos tempos modernos, admite que a missão é a mesma, isto é, dar uma resposta semelhante à adaptação dos artistas, editoras e da indústria da música em geral aos "tempos modernos". A plataforma também quer ajudar no aparecimento de novos trabalhos e de novos nomes.

Mas onde existem artistas, existem seguidores. Por isso é que o Baboom também se coloca lado a lado com serviços como o Spotify e o iTunes. "Queremos que as pessoas possam seguir as novidades dos artistas favoritos", explicou Marco Oliveira.

Sem poder adiantar datas específicas, o diretor de tecnologia da Baboom Developers adiantou no entanto que ainda durante 2014 a plataforma de música vai-se abrir a outros artistas.

Trabalhar com o "most wanted"

Foi o extravagante empreendedor alemão que fez o primeiro passo no contacto com a empresa nortenha. Kim Dotcom tomou conhecimento do trabalho da empresa e decidiu contratá-los, na altura, isto em 2009, para o desenvolvimento do MegaBox. O projeto acabaria por ficar "abandonado" por razões conhecidas, mas seria a génese do que é hoje o Baboom.

Sobre Kim Dotcom, a personagem, Marco Oliveira só tem elogios. "O Kim é muito interessante. Sem dúvida que é uma pessoa empreendedora, muito capaz e multifacetada. E a imagem de luta que ele passa cá para fora é mesmo uma missão pessoal do Kim". A estas características junta-se a exigência relativamente ao trabalho, pois tudo tem que ser bem feito.

[caption]Kim Dotcom[/caption]

O contacto com Dotcom é feito sobretudo através de videoconferências, muito por causa das restrições legais a que o alemão está obrigado. Mas já houve tempos em que os encontros entre o empreendedor e a empresa portuguesa eram feitos "ao vivo e a cores".

Quanto à extravagância do multimilionário, Marco Oliveira foi lacónico: "É o Kim Dotcom".

Além do serviço de música, a Baboom Developers está responsável pelo site pessoal de Kim Dotcom e também já deu uma "perninha" no Mega.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico