Entre os 261 processos judiciais iniciados pela RIAA na passada segunda-feira contam-se casos insólitos como o de um avó de 71 anos, que nunca fizera download de músicas na Internet e não sabia que isso era ilegal, e de uma jovem nova-iorquina de 12 anos. A história de Brianna Lahara saltou rapidamente para as primeiras páginas dos jornais, gerando um movimento de estranheza e levantando ainda mais questões quanto aos procedimentos da Associação da Indústria Discográfica da América.



A má publicidade criada por este caso poderá ter sido uma das razões que apressou um acordo extra-judicial, conseguido ainda na terça-feira com a mãe da jovem Brianna Lahara. O valor da indemnização paga por esta à RIAA foi de 2.000 dólares, bastante inferior ao conseguido pelos jovens estudantes que em Abril foram alvos de processos idênticos e tiveram de pagar 15 a 17 mil dólares, mas também abaixo dos pagamentos anunciados para acordos obtidos já nestes novos processos, que rondarão os 3.000 dólares.



Para agudizar a questão, ontem o grupo P2P United - uma associação comercial de empresas da indústria peer-to-peer que inclui serviços como o Grokster, StreamCast Networks e Limewire - ofereceu-se para reembolsar a mãe da jovem nova-iorquina no valor da indemnização paga à RIAA.



Afirmando que este episódio dramatiza a capacidade de empresas multinacionais com enormes recursos financeiros e políticos de pressionar crianças de 12 anos, Adam Eisgrau, director executivo da P2P United, explicou em comunicado que o P2P United não perdoa a infracção de direitos de autor, mas que alguém tem de estabelecer um limite e denunciar publicamente casos como este.



Para além do deste grupo de pressão formado em Julho, a jovem recebeu também um presente de um serviço de download de música paga, o Musicrebellion.com, que abriu uma conta em nome de Brianna para que esta possa descarregar músicas no valor de 2 mil dólares. Este serviço cobra 99 cêntimos por cada faixa de música e por isso a jovem terá acesso a 2 mil temas.

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