Pesquisar online e comprar na loja, ou experimentar na loja e depois comprar online são já tendências comuns a muitos dos internautas que fazem compras na Internet, mas estes são comportamentos que se vão generalizar com a ajuda da tecnologia e a adaptação do serviço das plataformas. Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI – a associação da economia digital – defende que já estamos na era do eCommerce 4.0 mas que até 2025 a transformação será ainda maior.

Em 2017 as compras dos utilizadores portugueses online já terão ultrapassado os 4,6 mil milhões de euros, um valor estimado num estudo realizado pela IDC para a associação que estima também que até 2025 esse valor vai quase duplicar, atingindo os 8,9 mil milhões de euros. Segundo o mesmo estudo, mais de 3 milhões de portugueses já fazem compras online e o valor médio anual gasto nestas plataformas ronda os 1.100 euros.

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Quem está mais atrasado nesta mudança para o digital são as empresas. A ACEPI já tinha alertado para o facto de mais de metade das empresas em Portugal estarem fora do digital, e que desta forma estão a perder a oportunidade de alcançar um mercado global. “Para além dos 3 milhões de compradores online em Portugal, as empresas portuguesas podem chegar a um público de 700 milhões de compradores online em todo o mundo”, lembra Alexandre Nilo Fonseca, referindo que na Internet não é empresas pequenas e que é cada vez mais fácil e barato montar um site de eCommerce.

“Não há nenhum sector que está imune ao digital”, lembra o presidente da ACEPI. A associação assinala este ano os 18 anos de existência, e em duas décadas muito mudou, como apontou Alexandre Nilo Fonseca na sua apresentação onde traça a evolução das várias fases do eCommerce, desde o primeiro CD de Sting vendido online às encomendas da Pizza Hut e ao lançamento do SAPO até às compras cada vez mais mobile e com integração das redes sociais.

tek acepi
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O eCommerce a entrar na fase 4.0

Para Alexandre Fonseca, o eCommerce está já na fase 4.0, onde a maior disrupção está na experiência do utilizador. “Com as novas ferramentas é possível antecipar o comportamento do utilizador, sabendo o que compra, quando e como”, explica, referindo que a inteligência artificial, a utilização da voz para dar comandos e os beacons e a IoT (Internet das Coisas) são alguns dos elementos que vão influenciar mais fortemente esta transformação.

“Os clientes já fazem cada vez mais showrooming – entrar na loja física e depois comprar online. E o inverso também é verdadeiro, com o Webrooming, em que pesquisam online e compram na loja […] Nos próximos anos é a capacidade de conjugar as duas tendências que vai permitir às lojas captar mais utilizadores e garantir a sua fidelização”, explica.

As palavras chave são conteúdo, comércio, comunidade e contexto, mas também personalização e pesquisa vertical. “O novo perfil dos consumidores 4.0 vai consolidar-se em 2018 mas o eCommerce vai refletir a transformação da utilização da cloud, do big data e das redes sociais, e beneficiar dos aceleradores como o IoT, IA, Realidade Virtual e Block Chain”, explicou Alexandre Nilo Fonseca aos jornalistas.

A tendência é Optichannel, e as empresas têm de apostar em plataformas escaláveis e abertas, com a presença em múltiplos canais, no momento certo e no local certo. E para os CxO serem bem-sucedidos é necessário apostarem em novas audiências, novas fontes de receita, novos modelos de negócio e desenvolvimento de produtos e serviços centrados nos clientes, CRM, estratégia opticanal e eficiência operacional, mas também nas novas competências dos recursos humanos e talentos, bem como a consideração de novos canais de distribuição.

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Alexandre Fonseca tem uma perspetiva otimista sobre a evolução do mercado português e acredita que todo o mercado vai crescer. Em resposta às questões dos jornalistas o presidente da ACEPI considera ainda que a entrada de novos players, como a Amazon, de forma direta no mercado nacional tem um efeito positivo e ajuda a desenvolver o ecossistema. "Não vejo como um problema [...] reforça a concorrência, atrai e localiza talento e ajuda também a colocar Portugal no mapa", justifica.