Sector das infraestruturas críticas é o mais afetado por ciberataques com motivações políticas

Só em 2023, registaram-se 500 incidentes que envolveram indústrias no setor das infraestruturas críticas, como energia, telecomunicações, transportes ou saúde.

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Dados do Repositório Europeu que Ciber-incidentes (EuRepoC) mostram que o setor mais afetado por ciberataques com motivações políticas é o das infraestruturas críticas.

Só em 2023, registaram-se 500 incidentes que envolveram indústrias no setor das infraestruturas críticas, como energia, telecomunicações, transportes ou saúde, indicam os dados, compilados pela Statista. Ao todo, no ano passado, o EuRepoC registou 895 incidentes com dimensões políticas, com muitos a envolverem vários ciberataques.

Statista | Sectores mais afetados por ataques com motivações políticas créditos: Statista

Os dados relativos a 2024 mostram que, até ao dia 26 de março, registaram-se 171 incidentes. Deste conjunto, 89 dizem respeito a incidentes que afetaram infraestruturas críticas e 82 a casos que impactaram instituições do Estado, assim como organizações e autoridades governamentais.

Segundo a informação disponível na base de dados do EuRepoC, 92 incidentes contam com ligações a hackers apoiados pela Rússia. Incluem-se também incidentes causados por hackers com ligações à Coreia do Norte (26), China e Irão (cada um com 18) e Estados Unidos (3).

Recorde-se que, recentemente, os Estados Unidos e o Reino Unido acusaram um grupo de hackers com ligações ao governo chinês de serem responsáveis por uma campanha de ciberespionagem que terá afetado milhões de pessoas. O grupo é conhecido pelo nome APT31 e acredita-se que esteja ligado ao Ministério da Segurança do Estado da China.

A China rejeitou as acusações dos governos dos dois países, aos quais também se juntou a Nova Zelândia. De acordo com Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Pequim "protestou veementemente junto dos Estados Unidos e das partes envolvidas e vai tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos e interesses legítimos".