À medida que as tensões na fronteira entre a Rússia e Ucrânia continuam a escalar, os serviços de várias instituições ucranianas foram afetados por um novo ataque informático. Em causa estão os websites do Ministério da Saúde, da Segurança e dos Negócios Estrangeiros, assim como parlamento do país.

A agência ucraniana Interfax avança que se trata de um ataque DDoS. Devido ao incidente, os websites afetados foram desativados temporariamente para mitigar possíveis danos. Os websites de vários bancos ucranianos também foram afetados. Através do seu canal no Telegram, Mykhailo Fedorov, ministro da Transformação digital, confirma a situação, explicando que o ataque terá começado por volta das 16h locais. Para já, ainda se desconhece a fonte do ataque.

De acordo com o portal Netblocks, o mais recente ataque é aparenta ser consistente com aqueles que se têm verificado no país recentemente.

Ainda na semana passada, quatro websites do governo ucraniano foram afetados por um ataque DDoS, incluindo do Ministério da Defesa, das Forças Armadas e de dois dos maiores bancos do país. Como avançado pela AFP, a Rússia negou a responsabilidade por este ataque, embora tanto os Estados Unidos como o Reino Unido o tenham atribuído ao país.

Também a 15 de fevereiro as autoridades ucranianas especializadas no combate ao cibercrime alertaram para um novo esquema fraudulento onde estavam a ser enviadas múltiplas SMS a indicar que as máquinas ATM do país tinham deixado de funcionar, embora tal não correspondesse à realidade.

Recorde-se que, ainda em janeiro, múltiplos websites do governo ucraniano foram hackeados num ciberataque em grande escala. Em causa estiveram as páginas do ministério dos assuntos estrangeiros do país, assim como da defesa, educação e das embaixadas dos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia. Um website que contém serviços governamentais que reúnem dados de vacinação e certificados também foi afetado.

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Momentos antes dos websites ficarem inacessíveis, foi deixada uma mensagem, escrita em ucraniano, russo e polaco, que afirmava que os dados pessoais da população do país tinham sido transferidos para a rede pública. “Todos os dados no computador foram destruídos e é impossível restaura-los”, indicava a mensagem, acrescentando ainda que todos deveriam “ter medo e esperar o pior”.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou o ciberataque e disse que a União Europeia ia “mobilizar todos os recursos” para ajudar Kiev. Os ciberataques contra a Ucrânia no ciberespaço têm aumentando os receios de que os impactos da ciberguerra com a Rússia se alastrem a mais países.

Recentemente, a União Europeia reuniu também uma equipa de resposta rápida a incidentes de segurança para ajudar a Ucrânia a defender-se de possíveis ciberataques da Rússia. A equipa, liderada pela Lituânia, vai fornecer assistência remota e local e integrar entre oito e 12 especialistas que, além da Lituânia, são da Croácia, Polónia, Estónia, Roménia e Países Baixos.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 17h43)

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