A maioria das pequenas e médias empresas em Portugal (70%) usa a internet com, pelo menos, uma intensidade digital básica. Entre estas, 17% recorrem à IA para otimizar a eficiência e automatizar processos.

Os dados fazem parte do mais recente estudo “Economia Digital em 2024”, promovido pela Associação de Economia Digital em Portugal (ACEPI), em parceria com o .PT e com a IDC e indicam igualmente que o valor das empresas portuguesas que já adotaram práticas de IA nas suas operações representa mais do dobro da média europeia.

No que diz respeito aos consumidores, o estudo divulga ainda que a esmagadora maioria (85%) dos portugueses navegam na internet diariamente, sendo que o fazem através dos seus smartphones. No entanto, outros gadgets como os smartwatches e as smart TVs têm demonstrado um crescimento exponencial, mesmo após o impacto da pandemia.

“Tendo em consideração que mais de metade (54%) dos portugueses optam por fazer compras online, torna-se claro que as empresas necessitam de se adaptar a tais tendências de forma rápida e eficaz”, aconselha a ACEPI.

Quanto ao método de pagamento preferido pelos portugueses, 50% dos consumidores online optam pagar por referência multibanco, sendo que o MB Way já se posiciona como a segunda opção mais popular, com 42% de adesão. Esta crescente digitalização reflete-se no impacto económico do comércio eletrónico nacional, que tem registado um crescimento significativo nos últimos anos, destaca o estudo.

Treze por cento dos portugueses fizeram compras online mais de cinco vezes nos últimos três meses. Em Portugal, os compradores online são mais jovens do que se considerarmos a média da UE.

Em termos geográficos, Lisboa lidera nas compras online, com uma taxa de 62%, enquanto as ilhas e o norte do país ficam abaixo da média. Entre as categorias mais compradas estão roupa, calçado e acessórios.

As atividades mais frequentes na internet continuam a ser as mensagens instantâneas, emails e pesquisa de produtos ou serviços. Por outro lado, torna-se cada vez mais comum assistir a filmes e séries em plataformas de subscrição, assim como marcar consultas online.

O estudo revela que uma das atividades que mais cresceu foi “escutar podcasts”, habitual para 24% dos utilizadores. As mensagens instantâneas são uma atividade com grande expressão, acima da média europeia. As videochamadas tiveram um grande crescimento, continuando a refletir hábitos pós-pandémicos que ganharam uma grande tendência.

Competências digitais, redes sociais e ecommerce

Em 2021 Portugal apresentava indicadores de competências digitais superiores à média da Europa. “Se o país intensificar os seus esforços, estará preparado para contribuir para a meta da União Europeia para 2030 de que pelo menos 80% da população possua competências digitais básicas”, pode ler-se no relatório a ACEPI.

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Ainda assim, o estudo aponta que 2,5% dos licenciados em Portugal são das áreas de estudos TIC, número inferior à média europeia e que estagnou nos últimos anos. Já o número de especialistas em TIC em Portugal está a par da média da União Europeia.

Em termos de utilização de redes sociais, Portugal está acima da média da União Europeia. A principal plataforma das redes sociais continua a ser o Facebook, seguido do Instagram, que cresceu seis pontos percentuais.

Oitenta e um por cento dos internautas usam serviços públicos digitais, valor acima da média da União Europeia. O pico do número de adesões à Chave Móvel Digital ocorreu em 2021, em plena pandemia. No entanto, esta ferramenta digital tem estado em crescimento, sendo que cada vez mais serviços públicos e também privados podem ser utilizados com autenticação através da chave móvel digital. O número de autenticações está a crescer ano após ano.

Há também cada vez mais internautas a acederem a plataformas bancárias online, percentagem que em 2022 ultrapassou a média da União Europeia. O MB WAY já ultrapassou os cinco milhões de utilizadores, ou seja, quase metade da população portuguesa utiliza este meio de pagamento.

O estudo aponta ainda um crescimento significativo da utilização da internet no contexto dos serviços de saúde, mas ao nível da marcação de consultas, Portugal não acompanhou a média da União Europeia.