A Agência Espacial Europeia (ESA) e a Open Cosmos assinaram um contrato no valor de 35 milhões de euros para o desenvolvimento, lançamento e operação da missão NanoMagSat. Este projeto, que conta com uma constelação de três satélites, promete melhorar significativamente o entendimento e a monitorização do campo magnético terrestre e do ambiente ionosférico.
A Open Cosmos, empresa que recentemente expandiu as suas operações em Portugal e integrou satélites portugueses na sua OpenConstellation, lidera o consórcio europeu responsável pela missão.
O campo magnético terrestre desempenha um papel crucial na proteção do planeta contra partículas energéticas provenientes do espaço. Compreender as suas variações e dinâmicas é essencial para múltiplas áreas, como a navegação precisa, a prospeção geofísica e os estudos sobre as estruturas internas da Terra.
A missão NanoMagSat complementará e expandirá as medições realizadas pela bem-sucedida missão Swarm da ESA, em operação desde 2013, "garantindo a continuidade da liderança europeia neste domínio estratégico", refere-se em comunicado.
A constelação NanoMagSat será composta por três satélites, equipados com tecnologia avançada para garantir medições de alta precisão. Cada satélite incluirá um Magnetómetro Absoluto Miniaturizado (MAM), emparelhado com câmaras estelares para medições vetoriais, e um Magnetómetro de Alta Frequência (HFM) para análises detalhadas do campo magnético. Além disso, uma Sonda Langmuir Multiagulha (m-NLP) permitirá estudar a densidade e dinâmica do plasma ionosférico, enquanto recetores GNSS de dupla frequência contribuirão para modelação ionosférica e estudos de rádio-ocultação.
Os três satélites orbitarão a 545 km de altitude, com dois numa inclinação de 60° e o terceiro numa órbita polar prógrada. Esta configuração oferecerá uma cobertura espácio-temporal sem precedentes, assegurando tempos de revisita extremamente curtos para captar variações dinâmicas do campo magnético e do ambiente ionosférico, explica-se.
O lançamento do primeiro satélite está previsto para o final de 2027, seguido dos restantes, com uma duração operacional de três anos.
A missão NanoMagSat proporcionará dados fundamentais para a exploração científica e aplicações práticas. Desde a avaliação da meteorologia espacial até à melhoria da precisão na navegação e perfuração direcional, o impacto desta missão será vasto. Os dados recolhidos também contribuirão para o estudo das rápidas alterações magnéticas no planeta e para investigações climáticas globais.
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Recorde-se que a Open Cosmos anunciou, no final de outubro, a expansão das suas operações em Portugal com a incorporação de três satélites portugueses na sua OpenConstellation. A empresa irá assumir as atividades de Observação da Terra em Alta Resolução no âmbito da Agenda Espacial Portuguesa integrada no PRR.
Estes satélites construídos em Portugal serão totalmente concebidos, fabricados e testados pela Open Cosmos e incluem tecnologias e capacidades desenvolvidas por parceiros do crescente ecossistema espacial português. Uma vez em órbita, "os satélites serão totalmente operados pela Open Cosmos e serão uma forte adição à sua crescente OpenConstellation", sublinha a empresa.
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