As autoridades alemãs anunciaram a detenção de três homens, suspeitos de colaborarem com os serviços secretos chineses na partilha de informação sensível sobre tecnologia alemã, para fins militares. No comunicado divulgado pelas autoridades, e referido pela Reuters, explica-se ainda que a tecnologia em causa podia ser usada para benefício da marinha chinesa.

Os detidos são um casal de Dusseldorf, que gere uma empresa própria, e um homem identificado como agente de um funcionário não identificado do Ministério da Segurança do Estado da China. O casal terá usado a empresa para celebrar um acordo de cooperação com uma universidade alemã, que envolvia a preparação de um estudo para o outro envolvido na operação. O estudo era sobre “peças de máquinas que podem ser utilizadas em motores marítimos, como navios de guerra”, explica ainda o comunicado divulgado. O casal é também acusado de ter comprado e enviado para a China sem autorização um laser especial. Não foram divulgados detalhes sobre o tipo de equipamento em questão.

Sabe-se ainda, com a confirmação oficial do ministro da justiça alemão Marco Buschmann, que quando foram detidos os visados estavam a negociar projetos de investigação que podiam vir a contribuir para aumentar significativamente o poder de combate das frotas marítimas chinesas.

A ministra da administração interna, Nancy Faeser, adiantou entretanto que o Governo tem estado a monitorizar a ameaça significativa na área empresarial, industrial e da ciência, que decorre de ações de espionagem da China. "Analisamos com muita atenção estes riscos e ameaças e alertámos e sensibilizámos claramente para os mesmos, de modo a que as medidas de proteção sejam reforçadas em todo o lado", acrescentou a responsável em declarações citadas por meios locais, confirmando que estarão em causa tecnologias alemãs inovadoras cuja utilização para fins militares é particularmente sensível.

As detenções são anunciadas uma semana depois da visita do Chanceler Olaf Scholz à China, onde manteve encontros sobre vários temas, entre eles, as preocupações com o roubo de propriedade intelectual e as condições de acesso justo ao mercado, como lembra também a Reuters.

Na semana passada foram detidos outros dois homens suspeitos de espionagem na Alemanha, mas em benefício da Rússia.