A Altice Portugal partilhou a sua estratégia de “reinvenção” e nova imagem corporativa da empresa com a introdução de pilares para 2030. À margem do evento, a CEO da empresa, Ana Figueiredo, foi preparada para responder às questões colocadas sobre a polémica do aumento de preços e a pouca transparência na comunicação aos clientes, mostrando alguns slides com dados.
“Nós como MEO, seguimos uma política de transparência com os nossos clientes”, salientando que deu uma entrevista em outubro de 2022 onde anunciou que a empresa teria necessariamente de aumentar os preços, conforme o que está previsto nos contratos com os seus clientes, a partir de fevereiro de 2023. A metodologia de aumento correspondia à aplicação do IPC anual de 2022 (informação avançada em novembro de 2022). Salienta que o IPC foi atualizado em janeiro e assim que foi oficializado começou a informar os seus clientes.
Ana Figueiredo esclareceu que a atualização de preços é feita apenas na mensalidade e não nas outras componentes das suas receitas ou outros valores que são faturados aos seus clientes. A empresa diz que em janeiro de 2023 enviou a respetiva comunicação escrita, por carta, email ou SMS com a informação relativa a atualização da mensalidade, indicando o valor de 7,8% publicado pelo INE.
Afirma que o método efetuado não foi diferente do que se faz na Europa e destaca que nos últimos dois anos a Altice Portugal assumiu todos os custos dos incrementos de estrutura e que já sente a inflação desde esse mesmo tempo. “Tivemos uma pandemia que nos obrigou a aumentar o investimento para comportar todo o trafego gerado neste período e que continua a crescer no pós-pandemia”.
Em comparação com a variação do aumento de preços na Europa, salienta que os países aumentaram em função da sua taxa de inflação e mostrou um slide com exemplos de que no Reino Unido as operadoras aumentaram 14,4%, a Telenor na Noruega subiu 6,8%, a Finlândia aumentou 20% e em Espanha houve aumento de 6,8% pela Movistar e 8% pela Vodafone Espanha. Esclarece que o IPC é feito sobre um cabaz de produtos "que não é necessariamente o cabaz que mais nos impacta. O que mais tem impacto é o de energia que cresceu dois dígitos". Explica que está a fazer o "rollout" do 5G e que o preço do aço subiu 40% no último ano. A inflação que impacta o sector não é de um dígito, mas de dois, disse a CEO da Altice Portugal.
Na comparação de Portugal contra a Europa, segundo dados das autoridades reguladoras nacionais e a Eurostat, mostrou que desde 2014 as receitas médias mensais por RGU (Unidade Geradora de Receita), Portugal desceu 25% e que na Europa a descida foi de 15%.
Como exemplo da evolução das ofertas da MEO nos últimos 10 anos, em 2013 lançou o pacote M4O, o pacote mais utilizado pelas famílias portuguesas, composto por 85 canais de TV, internet fixa de 100 Mbps, voz fixa par redes fixas e 2.000 minutos para chamadas internacionais. O telemóvel tinha 200 MB e tudo por 79,99 euros. Em 2023, o mesmo produto M4, aumentou o número de canais para mais de 100, duplicou a velocidade da internet fixa e o telemóvel para 5 GB, custando ao cliente 67 euros. Na ótica da Altice Portugal, as ofertas tiveram um aumento de valor de serviço, mas o preço do pacote foi reduzido.
"Eu acho que este exemplo explica e contraria muita da informação que foi vinculada por alguns atores nas últimas semanas. Gostaria de referir que o sector, no seu total, investiu mais de 500 milhões de euros em licenças, e neste momento o 5G encontra-se incluído nos pacotes das famílias portuguesas e não estamos a cobrar, apesar do investimento de 500 milhões só em licenças, sem contar com o rollout de fibra". Nas contas da empresa, os serviços que a MEO oferece aos seus clientes com 5G incluído, tem um cisto diário de 70 cêntimos por cada utilizador ou 1,8 euros por cada família por dia.
E sobre as fidelizações, Ana Figueiredo reforça que os clientes têm opções de subscrever os seus serviços sem fidelizações, bastando procurar no seu website as respetivas ofertas. E sobre a acusação da dificuldade dos clientes em rescindirem os seus contratos, a líder da Altice Portugal diz que até ao terceiro trimestre de 2022 transitaram entre operadoras 1,8 milhões de números geográficos e 3,2 milhões de números móveis, ascendendo dessa forma os 5 milhões. E afirma que 60% dos clientes portaram serviços nos últimos 10 anos, informação baseada em dados da Anacom. "Estas portabilidades ocorreram nos últimos 10 anos, o que quer dizer que os clientes movimentam-se entre operador e a fidelização não tem sido um tema". Um gráfico partilhado baseado no Eurobarómetro mostra que Portugal ocupa o terceiro lugar na Europa em termos de mobilidade entre operadores.
A CEO da Altice Portugal salienta que nos últimos 12 anos desde que entrou no mercado da TV tinha "zero clientes" e terminaram em 2020 como líderes de mercado. "Somos seguramente o único operador a nível europeu que derrubou um incumbente, e foi a Meo". Afirma que os clientes procuram a melhor qualidade e que a fidelização não é um tema.
Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação. Última atualização 18H44.
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