Num sector de procura crescente de profissionais qualificados, onde foi identificado um défice de 2 a 3 mil possíveis quadros nesta área, a ANETIE aponta a existência de um desfasamento entre a formação que é ministrada nas escolas e Universidades e as necessidades das empresas, que resultam num estrangulamento do sector.
A análise surge depois da identificação por parte da associação das empresas de tecnologias de informação e electrónica de um "Roadmap para a Competitividade", onde se elegem os recursos humanos como um factor crucial para o desenvolvimento do sector em Portugal.
Rui Melo, presidente da associação, explica que a ANETIE pretende que esta análise seja materializada numa fase de partilha com as Universidades e outras instituições de ensino e que o trabalho começa mesmo hoje, com a realização de um primeiro encontro com 10 universidades, politécnicos e escolas profissionais no sentido de transmitir as preocupações das empresas de TIE e apoiar o desenvolvimento de currículos que respondam de forma mais eficiente às suas necessidades.
Segundo o inquérito realizado junto dos associados da ANETIE, que representam 60% do mercado de TIE em Portugal, existem falhas graves a nível da formação não técnica, nas chamadas soft skills, onde se incluem a capacidade de comunicação, gestão por objectivos e gestão de equipas e liderança.
Fernando Fernández, que está envolvido no grupo de trabalho das competências da ANETIE e coordenou o inquérito, admite que a nível técnicos os alunos têm competências razoáveis mas que é preciso apostar noutras áreas. Estes défices de formação devem ser colmatados logo a partir do ensino secundário e não apenas nas universidades, recomenda.
Mostrando disponibilidade para trabalhar com as instituições de ensino na redefinição de currículos, e até mais cedo para atrair mais jovens às áreas de engenharia, a ANETIE traçou uma série de propostas para as Empresas, Universidades, Ensino Profissional e Ensino Básico e Secundário. "É importante que um conjunto de players entenda que este é um jogo que interessa a todos jogar", defende o presidente da associação.
Rui Melo admite que este é "um trabalho de uma geração", mas acredita que algumas medidas mais simples podem já ser implementadas de forma eficaz nos cursos universitários.
Para incentivar a mudança a ANETIE criou um prémio, Fórmula Profissionais TIC 2008, através do qual vai distinguir as entidades que se destacarem mais na redução do gap identificado na formação. O prémio ainda não está definido mas a iniciativa vai decorrer durante este ano.
Questionado pelo TeK sobre a possibilidade de identificar as instituições de ensino que melhor cumprem na formação de recursos adequados às necessidades das empresas, Rui Melo não afasta totalmente a ideia da ANETIE produzir um ranking das Universidades, ou, pelo menos numa primeira fase, divulgar quais as que estão a trabalhar com a associação e cumprem melhor os requisitos identificados no inquérito.
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