A Capgemini já elegeu as cinco tecnologias que vão marcar o próximo ano, atingindo um ponto de inflexão durante esse período. O “TechnoVision Top 5 Tech Trends to Watch in 2025” coloca em destaque a IA e a IA generativa (Gen AI), refletindo a perspetiva de 1500 executivos de todo o mundo e profissionais de capital de risco. Antecipa ainda que a IA terá um impacto significativo noutras tecnologias-chave, que também devem atingir uma fase de maturidade ou avanços significativos em 2025.
“Em 2025, vemos a IA e a IA generativa a terem um grande impacto nas prioridades das empresas e também em muitos domínios tecnológicos adjacentes, como a robótica, as cadeias de abastecimento ou o mix energético do futuro”, sublinha Pascal Brier, Chief Innovation Officer da Capgemini e membro do Comité Executivo do Grupo, antecipando os detalhes do resultado de uma pesquisa que só será completamente apresentada em janeiro do próximo ano. As grandes tendências eleitas pela Capgemini são estas cinco:
IA generativa: dos co-pilotos aos agentes de IA com raciocínio
A IA generativa está a evoluir da capacidade de realizar tarefas isoladas, para agentes especializados e interligados. Para 32% dos inquiridos pela Capgemini os agentes de IA são a principal tendência tecnológica em dados e IA para 2025. “Graças às capacidades crescentes de raciocínio lógico nos modelos de IA generativa, estes começarão a funcionar de forma mais autónoma, fornecendo simultaneamente resultados mais fiáveis e fundamentados”, diz a consultora. Os agentes de IA vão conseguir assumir tarefas em cadeiras de abastecimento ou manutenção preditiva, sem supervisão humana constante.
O passo seguinte será a chegada dos superagentes, que resultam da orquestração de múltiplos sistemas de IA para otimizar interações. Estes avanços são esperados já para o próximo ano e vão abrir caminho a novos ecossistemas de IA em todos os sectores e conduzir a novos níveis de eficiência e inovação. A maior fiabilidade dos sistemas de IA, que resultará desta evolução, vai aumentar o seu impacto em áreas que exigem capacidade resposta rápida e flexível, como a saúde, os serviços financeiros ou o direito.
Cibersegurança: Novas defesas e novas ameaças
A inteligência artificial tem um duplo impacto na área da segurança, permitindo ataques mais sofisticados, mas também sistemas de defesa mais robustos e flexíveis. Noventa e sete por cento das organizações inquiridas pela Capgemini num estudo recente confirmaram que no último ano tiveram de enfrentar violações, ou problemas de segurança relacionados com a utilização da IA. Já 44% dos executivos inquiridos para esta pesquisa posicionam os impactos da Gen AI no ciberespaço como o principal tópico tecnológico em cibersegurança para 2025.
Para mitigar esses riscos as estratégias defensivas das empresas tem vindo a alterar-se. Aumentaram os investimentos e inovações na segurança de endpoint e rede e os esforços para automatizar a detetar ameaças, sobretudo no que se refere ao recurso a inteligência de ameaças orientada por IA. A consultora também sublinha que as empresas têm igualmente vindo a reforçar algoritmos de criptografia e a interessarem-se mais por Criptografia Pós-Quantum, para se prepararem para futuras ameaças de computação quântica. Em 2025 espera-se que os ataques baseados em IA generativa continuem a evoluir para se tornarem cada vez mais sofisticados e abrangentes e que as organizações continuem a fazer o caminho que já iniciaram para se blindarem o mais possível deste tipo de ameaças.
Robótica baseada em IA: estreitando a linha que separa humanos e máquinas
Os avanços na IA têm tido vários impactos na robótica e no desenvolvimento de novas gerações de robots, menos orientados para tarefas específicas e mais preparados para tarefas colaborativas e mais complexas, capazes de se adaptarem a diferentes cenários, de aprenderem continuamente e de tomarem decisões.
Para 24% dos executivos entrevistados e 43% dos investidores, a automação baseada em IA é por isso uma das três grandes tendências para 2025 e um pilar importante para transformações que vão ter grande impacto no futuro do trabalho e no papel dos humanos e das máquinas nesse contexto. Os sectores que deverão ser mais impactados por estes ajudantes humanoides primeiro serão a logística, agricultura ou indústria.
Nuclear: O impulso da IA na agenda das tecnologias limpas
A pressão para agir sobre as alterações climáticas e as necessidades energéticas associadas à computação para IA, têm vindo a tornar cada vez mais urgentes respostas que não ponham em risco a transição energética e acelerem a inovação. Também tem trazido de novo para o centro do debate opções como a energia nuclear, enquanto alternativa de energia limpa, fiável e ilimitada.
O tópico não foi um dos mais destacados pelos inquiridos pela Capgemini nas tendências para 2025, mas a consultora acredita que o desenvolvimento tecnológico nesta área vai virar ainda mais os holofotes para a opção nuclear. Esperam-se avanços importantes nas tecnologias de fusão nuclear, ou Reatores Modulares Avançados, que se diferenciam dos reatores de água leve pelo uso de novos tipos de combustíveis e temperatura mais elevada, nalguns casos, com a promessa de reduzir a produção de resíduos nucleares.
Cadeias de abastecimento de nova geração: agéis, amigas do ambiente e assistidas por IA
Mais de um terço dos inquiridos pela Capgemini (37%) acreditam que uma das grandes tendências tecnológicas para o próximo ano passa pelo potencial de uma nova geração de cadeias de abastecimento, potenciadas por uma diversidade de tecnologias que permitem a quem as gere ter visibilidade sobre toda a cadeia e agir a diferentes níveis. Mais uma vez, a introdução de tecnologias de inteligência artificial tem um papel fundamental aqui, bem como todos os dados recolhidos através de sensores de IoT ou serviços de satélite, cada vez mais usados também neste mercado.
Esta combinação de ferramentas contribuíram para aumentar as capacidades de previsão de quem trabalha no sector, no que se refere a rotas, necessidades de mercado, alterações de tendências e outras, com impacto nos custos, produtividade e mesmo pegada ecológica. Nova regulação europeia para o sector, como o passaporte digital de produto, vão tornar crítica e essencial esta capacidade de recolher dados de toda a cadeia de abastecimento, destaca-se também.
Depois de 2025 já se alinham outras tendências com potencial para moldar o mercado e os investimentos das organizações. Num horizonte mais longínquo, a Capgemini destaca a engenharia biológica, computação quântica e inteligência artificial geral, como grandes tendências a manter debaixo de olho.
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