Para impedir o contágio do novo coronavírus, os Estados-membros da União Europeia (UE) adotaram um amplo conjunto de medidas restritivas, com o comércio de retalho a ser afetado. De acordo com dados do Eurostat sobre a situação na UE, em março o volume total neste setor diminuiu 10% em relação a fevereiro, com a área dos computadores a não escapar ao vírus. Numa altura em que o isolamento é o conselho mais recomendado, as compras online aumentaram no mês passado, mas apenas 2,2%. A diferença maior é quando esse valor é comparado com o mesmo período de 2019, passando para um crescimento de 11,9%.
Depois do aumento de 3,5% em fevereiro deste ano do volume do comércio de retalho pela Internet, em relação a janeiro, esse valor continuou a crescer em março. No entanto, a diferença não foi tão significativa, sendo pouco mais de 2%.
A realidade muda de figura quando analisamos os valores em relação ao mesmo período do ano passado. Num ano, verificou-se um aumento de quase 12% do volume de compras online, quando já em fevereiro esse crescimento foi de 10,8%.
No setor de equipamentos de “computador, livros e outros” o decréscimo é evidente: 16% quando comparado com fevereiro, altura em que o volume já tinha assistido a uma redução de 0,4%. Se a análise for feita em relação ao mesmo período de 2019, o valor é mais baixo, situando-se nos 14,2%.
O Eurostat verifica ainda que, por norma, as vendas nos supermercados aumentaram mesmo em países que sofreram os maiores declínios nas atividades de vendas. Portugal é um dos que registou uma maior descida a nível global, 12%, mas o valor nos supermercados é de um aumento de 3%.
Estes valores surgem depois de dados da consultora GfK indicarem um aumento das vendas de produtos tecnológicos online de 250% em Portugal. Os valores referem-se à semana de 30 de março a 5 de abril, quando comparada com o mesmo período de 2019. Em entrevista ao SAPO TeK, Rui Reis, gestor de produto da GfK, referiu que "o online continua a crescer de forma extraordinária e quase compensa a queda do mercado total". "Já representa um terço do mercado, está a mudar-se o paradigma", explicou.
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