A possibilidade de que a compra da Activision Blizzard pela Microsoft venha de facto a concretizar-se parece cada vez mais difícil. Quase um ano depois do anúncio do negócio, as dúvidas dos reguladores estão longe de estarem sanadas. Pelo contrário, parecem cada vez maiores.

A imprensa norte-americana dá conta de que a Comissão Federal do Comércio (FTC) pode estar prestes a avançar com um processo antitrust para bloquear o negócio. A notícia foi avançada pelo site Politico, que cita fontes próximas ao processo, e segundo o qual ainda não há uma decisão tomada, mas estará para breve.

A decisão ainda tem de ser sujeita à votação dos comissários que têm estado a analisar o negócio nos últimos meses e até lá pode ainda existir um novo encontro com os representantes legais da empresa que traga novos elementos ao processo. Diz-se também, no entanto, que novos elementos capazes de alterar a tendência da decisão podem ser pouco prováveis uma vez que, no essencial, a avaliação ao caso está concluída. Com os elementos que foram sendo disponibilizados, o regulador estará pouco convencido dos argumentos e garantias de abertura que a Microsoft tem vindo a dar.

Um porta-voz da Activision Blizzard disse entretanto à Reuters, que qualquer sugestão de que o negócio vai dar azo a práticas anticoncorrenciais é “completamente absurda”. A mesma fonte garantiu que, embora as empresas estejam empenhadas em continuar a cooperar com os reguladores em todo o mundo para assegurar que a transação avance, não vão hesitar em lutar para defender a transação se isso vier a revelar-se necessário.

A Microsoft tem enfrentado uma longa jornada para ver aprovado um negócio que tem levantado preocupações sobretudo à Sony, líder do mercado de consolas, que teme perder o acesso a jogos que fazem mexer o mercado, como o Call of Duty.

A Microsoft, desde o primeiro dia, garante não ter intenções de fechar este nem outros jogos geridos pela Activision Blizzard a outras plataformas. Assegura mesmo que já propôs à Sony uma acordo a 10 anos, para garantir o acesso à franquia, mas os argumentos não têm chegado, nem para convencer a Sony nem, aparentemente, para convencer os reguladores.

Como escrevia o New York Times no início da semana, há 16 reguladores em todo o mundo a avaliar o potencial impacto do negócio para a concorrência nos respectivos países, ou regiões. Só dois já aprovaram a operação anunciada em janeiro: Brasil e Arábia Saudita.

Na União Europeia ou no Reino Unido, por exemplo, o caso não parece tão favorável para a dona da Xbox. Ambos os reguladores avançaram para investigações aprofundadas ao negócio, que devem estar concluídas nos próximos meses (até março, no caso da CE). Nos EUA, e caso a FCT avance mesmo com um processo contra a Microsoft por práticas anti-concorrenciais, o Politico antecipa que isso acontecerá já em dezembro.

Como escrevia o NYT no artigo publicado no início da semana, onde até citava um antigo presidente da FCT. O negócio Microsoft/Activision Blizzard é mais do que uma simples operação comercial, é um verdadeiro teste ao poder das grandes tecnológicas e aos limites desse poder.

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