A Apple está a viver um bom momento de forma na venda global de smartphones iPhone, tendo pela primeira vez se assumido como o principal fornecedor de 2023, ultrapassando a Samsung que era líder desde 2010. Na apresentação dos resultados financeiros referentes ao seu primeiro ano fiscal de 2024, que terminou no dia 30 de dezembro de 2023, a Apple apresentou receitas de 119,6 mil milhões de dólares, representando um crescimento de 2% face ao mesmo período homólogo do ano anterior, superando as expetativas dos analistas. A empresa revelou que tem atualmente mais de 2,2 mil milhões de smartphones ativos.

Apesar dos bons resultados financeiros do primeiro trimestre, foi a atualização das previsões que a Apple fez, apontando para uma quebra nas vendas do iPhone. A gigante tecnológica prevê receitas de 6 mil milhões de dólares abaixo das expetativas de Wall Street. O motivo dessa quebra é o abrandamento no mercado asiático, sobretudo na China, destaca a Reuters, levando a uma quebra de 3% do valor das ações da Apple horas depois da apresentação das contas.

Os analistas dizem que o iPhone está a perder terreno no mercado chinês, destacando a mudança das preferências dos consumidores para a compra de smartphones da Huawei, sobretudo os dobráveis, que são alimentados por um processador fabricado no país, aponta a Reuters. De recordar que o próprio governo chinês tem vindo a boicotar a Apple, tendo proibido o uso do iPhone e outros smartphones estrangeiros nas suas agências.

Em entrevista à Reuters, Tim Cook, o CEO da Apple, reforçou que a China é o mercado de smartphones mais competitivo do mundo, confirmando que as vendas do iPhone baixaram no trimestre relativo a dezembro. E segundo o analista da IDC, Nabila Popal, não se trata apenas a competição da Huawei, mas os smartphones dobráveis, que são cada vez mais populares no país, sendo um segmento em grande crescimento.

Na apresentação das contas, a Apple registou vendas na china de 20,82 mil milhões de dólares, abaixo dos 23,53 milhões estimados pelos analistas. As receitas relativas ao trimestre são menos 5 mil milhões de dólares que o ano anterior, depois da Apple ter superado a crise dos stocks derivado à pandemia.

Nas contas apresentadas, as vendas do iPhone somaram 69,70 mil milhões de dólares no trimestre, crescendo 6% e ultrapassando as expetativas dos analistas, que previam 67,82 mil milhões de dólares. Em contrabalanço, Tim Cook destaca o crescimento de dois dígitos das vendas do iPhone em mercados emergentes fora da China.