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A Jupiter MMXI, empresa de estudos de mercado sobre a Internet, divulgou hoje um estudo que conclui que os consumidores europeus estão mais dispostos a pagar por conteúdos nos telemóveis do que em PCs. Este facto, que é já bem patente actualmente, tem tendência para crescer nos próximos anos. Em 2001, os europeus despenderam 590 milhões de euros (118,28 milhões de contos) em conteúdos nos seus telemóveis, mais do dobro dos 252 milhões de euros (50,52 milhões de contos) gastos em PCs.



As previsões da companhia apontam para que em 2006, os consumidores europeus vão gastar 3,3 mil milhões de euros (661,59 milhões de contos) para receberem conteúdos nos seus telemóveis, contra a quantia de 1,7 mil milhões de euros (340,81 milhões de contos) que vão gastar nos PCs.



Os conteúdos para telefones celulares pelos quais os europeus mais pagam actualmente - toques, logotipos e símbolos, pontuações de jogos e preços de acções -, vão permanecer, essencialmente, os mesmos, sendo apenas melhoradas as suas funcionalidades. Contudo, os consumidores vão começar também a pagar por alertas multimédia - com áudio e imagens - e cartões de felicitações via telemóvel. Estes últimos, porém, vão manter-se populares sob a forma de serviço Web gratuito para PCs.



No mercado actual de conteúdos para computadores pessoais, aliás, o que domina é o gratuito, uma vez que as empresas não conseguiram até agora cobrar este tipo de serviços aos consumidores. Os sites para adultos são o único tipo de negócio online que gera receitas significativas a partir se serviços pagos. Em 2001, 70 por cento do montante gasto em conteúdos pelos utilizadores europeus da Internet pertenceram a esta categoria, tendo o resto sido obtido através de jogos e notícias financeiras e de negócios.



Apesar de muitas empresas na área dos media estarem a lançar serviços pagos de conteúdos em toda a Europa, os consumidores são ainda bastante relutantes em pagar para ter acesso a conteúdos no PC. De acordo com a Jupiter MMXI, 47 por cento dos cibernautas europeus não consideram sequer a hipótese de pagar por conteúdos para o PC. Apenas 16 por cento estão dispostos a pagar por serviços de música online, e mesmo assim esta é a categoria com maior apelo, dado que as outras nem sequer passam dos cinco por cento.



O estudo da Jupiter MMXI prevê que a maioria das despesas futuras dos consumidores europeus em conteúdos pagos para PCs derive de serviços para acesso em banda larga, devido às suas vantagens em termos de rapidez e de ligação permanente à Internet. Do total dos conteúdos pagos acedidos pelos europeus em 2006, 67 por cento virá de música, jogos e vídeo online.



Mas a empresa acredita que a grande maioria dos dados disponíveis na Internet continuem a ser gratuitos, afirmando que não se irá verificar uma alteração súbita dessa situação, principalmente, junto dos subscritores de ligação em banda estreita. As únicas empresas que vão gerar receitas significativas dos conteúdos pagos para o PC serão, acrescenta, aquelas que oferecerem serviços de entretenimento.



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