Despesa com Tecnologias de Informação cresce 3% na Europa este ano e ultrapassa o bilião de dólares

Cristina A. Ferreira

26 jun 2023 07:14

Este artigo tem mais de um ano

Até 2027, a despesa com tecnologia na Europa deverá continuar a crescer, mesmo com o impacto negativo da inflação e abrandamento da procura. Este ano o avanço deverá rondar os 3%, graças à cloud e a alguma retoma na venda de PCs, mais para o final do ano.

A despesa com Tecnologias da Informação e Comunicação deverá este ano crescer 3% na Europa, para 1.046 mil milhões de dólares (o equivalente a 958 mil milhões de euros), de acordo com as previsões mais recentes da IDC. O software e os serviços serão as áreas fortes de investimento de empresas e consumo a suportar este crescimento, que não será maior por causa das quebras previstas no investimento em algumas categorias de hardware.

"Há um sinal claro de que o mercado europeu das TIC permanece resiliente, mesmo em períodos de volatilidade e incerteza económica", sublinha Lubomir Dimitrov, responsável de pesquisa da consultora, mesmo depois da revisão em baixa das previsões. "O desempenho do mercado global das TIC poderá ser ainda melhor este ano, uma vez que se espera que áreas tecnológicas como o software e os serviços mantenham uma forte trajetória positiva”, acrescenta o responsável, lembrando ainda assim o impacto da despesa com hardware nestas contas.

A performance do mercado continuará a ser afetada pela inflação, abrandamento económico e taxas de juro elevadas, efeitos que serão sentidos sobretudo em áreas como a venda de dispositivos eletrónicos, que deve recuar 9,4% este ano.

Ainda assim, a IDC acredita que os últimos três meses do ano podem já trazer alguma inversão da tendência de queda ao segmento, à medida que a inflação começar a baixar. A consultora acredita também que esse alívio da pressão sobre a despesa com tecnologia, se fará sentir sobretudo nas compras de computadores por consumidores.

Nas empresas, a transformação digital continuará a ser o grande motor de investimentos em TI ao longo do ano e, nesse âmbito, a busca de ferramentas para melhorar a performance e aumentar a resiliência continuará a crescer. Destaque aí para os desenvolvimentos em torno da cloud, no apoio a projetos de continuidade de negócio e recuperação de desastres.

Os investimentos em segurança continuarão por isso em alta, quer pela prioridade crescente que as organizações estão a dar à defesa contra ciberataques, quer à necessidade de cumprir obrigações regulatórias. A busca de eficiências também manterá elevada a procura de software e soluções de IaaS (serviços de infraestrutura na cloud).