A robótica e a inteligência artificial são áreas com um grande potencial e que estão em desenvolvimento constante e preocupam grandes nomes da indústria, especialmente Elon Musk que acredita que a inteligência artificial pode ser um grande risco para a humanidade, ainda maior que a Coreia do Norte.

Mas a True Companion não está muito preocupada com esse "lado negro" da robótica. Aliás, a ideia até é utilizar essas ferramentas mais avançadas para ajudar as pessoas que enfrentam uma fase difícil na vida ou que se sentem mais sozinhos e carentes.

A empresa tem-se dedicado à criação de robots sexuais que se assemelham, ao máximo, com pessoas que já faleceram, ajudando assim os que ficaram a ultrapassar a fase de luto. O preço destes equipamentos não é baixo, podendo ser superior a 8.000 euros, mas o cliente pode personalizar quase tudo no robot.

Estes "parceiros" vão poder ser programados para agirem de forma semelhante à pessoa falecida e para terem exatamente o mesmo aspecto (ou o mais parecido que for possível). David Levy, investigador de inteligência artificial, diz não ver "nada de mal em usar um robot para obter satisfação sexual para pessoas que não o conseguem em relações com outros humanos. É muito melhor para pessoas solitárias do que não ter sexo de todo", partilha o investigador que acredita tratar-se apenas de uma alternativa aos meios convencionais.

Atualmente a True Companion tem dois modelos disponíveis, a Roxxxy e o Rocky, que podem ser inteiramente personalizados. Os robots podem ainda ter diferentes personalidades ou, simplesmente, serem programados para nada mais do que sexo.

Esta é uma realidade que, apesar do tabú, não surgiu agora na mente das pessoas. A série Black Mirror, focada no futuro da tecnologia e em como esta pode vir a alterar a forma como vivemos e pode até levar as pessoas a viver num mundo pior, já tinha abordado o tema dos "robots de substituição" no primeiro episódio da segunda temporada. Neste episódio Martha recorre a uma empresa que oferece a possibilidade de, analisando todas as redes sociais e dados do falecido marido, a pessoa conseguir comunicar com o seu amado após a morte do mesmo.

Mais tarde, a empresa oferece a possibilidade de enviar um robot que se assemelha em tudo ao marido de Martha mas, como seria de esperar, a realidade é que não é mesmo o marido que está ali com ela e a recém-viúva acaba por não lidar muito bem com a situação.