Cerca de três em cada 10 líderes de TI em Portugal afirmam que a sua organização irá expandir-se geograficamente nos próximos 12 meses. Desses, 21% planeiam chegar a uma nova cidade num país onde já estão presentes, 12% pretendem expandir-se para um novo país e 9% para uma nova região.
Os dados são do Global Tech Trends Survey 2022 (GTTS), realizado pela Equinix, e indicam como principais temas de preocupação estratégica a médio prazo das tecnológicas portuguesas as aplicações em tempo real, infraestrutura de rede 5G, dados pessoais e privacidade.
Quase metade (44%) dos entrevistados em Portugal revelaram que pretendem concretizar a sua expansão através de implementações virtuais via cloud, 14% dos quais recorrendo a uma solução bare metal.
Já 51% admitiram que a COVID-19 acelerou a transformação digital, com 36% a confirmarem que os seus orçamentos de TI aumentaram como resultado direto da pandemia – admitindo a necessidade de apostarem numa infraestrutura digital robusta, que se adapte rapidamente às necessidades dinâmicas dos negócios. Além disso, a maioria dos inquiridos em Portugal (63%) acredita que as mudanças tecnológicas e os investimentos implementados durante a pandemia vieram para ficar.
Conheça todas as conclusões do estudo GTTS 2022 para Portugal
Os dados globais do relatório da Equinix revelam que os líderes digitais em todos os setores de atividade e regiões caminham inexoravelmente para um mundo mais conectado. Apesar das preocupações com uma possível recessão económica e das referências ao fim da globalização surgidas no Fórum Económico Mundial de Davos, a verdade é que as empresas parecem continuar otimistas em relação aos seus planos de expansão a nível global.
Dos 2.900 decisores da área de TI inquiridos no total, 72% indicaram que a sua organização planeia expandir-se nos próximos 12 meses, seja para uma nova área metropolitana (31%), para um novo país (33 %), ou para toda uma nova região (38%).
Os líderes de TI na APAC mostraram-se particularmente confiantes na expansão global: 82% disseram que iriam expandir a sua atividade para novos mercados, um pouco acima das expectativas verificadas na região das Américas, com 78%. Eventualmente por uma questão de cautela em relação aos fatores económicos, os decisores de TI na EMEA revelaram-se menos ambiciosos quanto aos planos de expansão, com 59% dos inquiridos a confessar propósitos de expansão para novos mercados no próximo ano.
Vários fatores potencialmente limitadores foram identificados pelas empresas no que diz respeito à sua expansão global, com destaque para os desafios colocados à cadeia de abastecimento. Cinquenta e nove por cento dos entrevistados afirmaram que os seus negócios sofreram impactos negativos por causa de constrangimentos em termos de abastecimento, enquanto 58% especificaram a escassez global de microchips como uma ameaça aos seus negócios.
Os problemas contínuos surgidos na cadeia de abastecimento estão a impulsionar a procura por uma maior virtualização, com um crescimento significativo dos investimentos em infraestrutura digital.
O estudo GTTS 2022 revela ainda que permanecem as preocupações significativas em torno da segurança cibernética. Neste sentido, 85% dos entrevistados globais (82% em Portugal) confirmaram que uma das suas principais prioridades consiste em melhorar a segurança cibernética; 84% (85% em Portugal) afirmaram, ainda, que é crucial o cumprimento das regulamentações locais sobre os dados; enquanto 83% (79% em Portugal) destacaram a necessidade de preparar os seus negócios para o futuro. As ameaças mais temidas em Portugal são os ciberataques (77%) e as quebras de segurança e a fuga de dados (72%).
O relatório da Equinix indica ainda que 81% dos responsáveis de TI em Portugal consideram que melhorar a experiência de utilizador é uma prioridade. Grande parte (74%) das empresas portuguesas também reconhece que promover o envolvimento dos funcionários é fundamental, para potenciar a transformação digital e a retenção de talentos.
Mais de metade (51%) dos líderes de TI em Portugal afirmam que pretendem migrar mais funções para a nuvem. Destes, quase dois terços (65%) planeiam migrar bases de dados e perto de metade (49%) querem migrar ferramentas de produtividade.
Os modelos de cloud híbrida constituem a abordagem preferida de 28% dos inquiridos no mercado português, embora 39% dos líderes digitais ainda dependam de um único provedor de cloud. A interconexão pode representar um papel importante neste âmbito, com 29% dos entrevistados a considerar que esta permite aumentar a flexibilidade da conectividade e 22% relatando que recorrem a ela para habilitar a multicloud híbrida.
Muitos líderes de TI estão a preparar os seus negócios para o futuro e a aproveitar ao máximo as tecnologias emergentes, como o 5G, a Internet das Coisas (IoT) e a Web3. Cinquenta e dois por cento dos entrevistados em Portugal disseram que estão a adotar um modelo everything as a service (XaaS), com o objetivo de potenciar a experiência de utilizador (54%), simplificar a infraestrutura de TI (52%) e aumentar a flexibilidade (50%).
A par da inovação, a sustentabilidade surge como outra grande preocupação dos líderes digitais. Cinquenta e um por cento dos entrevistados em Portugal revelam que tentam limitar ativamente o impacto ambiental dos seus equipamentos de TI, e 46% chegam ao ponto de afirmar que só trabalharão com parceiros de TI que possam cumprir as principais metas de redução de carbono. De facto, 49% dos inquiridos relatam que a sustentabilidade é agora um dos impulsionadores mais importantes da sua organização, sendo que 46% das organizações inquiridas no nosso país assumem prosseguir metas baseadas na ciência.
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