A Ericsson registou uma pequena perda financeira durante o segundo trimestre do ano e afirmou que vai emitir cerca de oito mil milhões de novas acções para angariar 30 mil milhões de coroas suecas (3,25 mil milhões de euros) numa nova acção de financiamento.



A companhia sueca e fabricante de equipamentos para redes de telemóveis também anunciou uma nova vaga de medidas para reduzir os custos, tendo alertado ainda para o facto de a procura por aparelhos de sistemas móveis durante este ser ano estar a ser pior do que tinha previsto.



As novas acções a emitir terão um preço de 3,80 coroas (40 cêntimos de euro), representando um desconto de quase 75 por cento em relação ao preço de fecho da 14,50 coroas (1,55 euros) na sessão bolsista de quinta-feira em Estocolmo. A Ericsson afirmou ainda que a emissão dos títulos foi totalmente subscrita por um grupo de accionistas e bancos.



O dinheiro recolhido com esta operação será utilizado pela empresa para pagar a sua dívida e financiar as suas actividades de reestruturação. Os custos totais de reestruturação serão de 17,5 mil milhões de coroas (1,88 mil milhões de euros) para 2002 e 2003, incluindo sete mil milhões de coroas (752,12 milhões de euros) para novas medidas.



Um dos objectivos da Ericsson é reduzir mais 10 mil milhões de coroas (1,07 mil milhões de euros) em custos - para além das 20 mil milhões de coroas (2,14 mil milhões de euros) que anunciou em Abril - até ao terceiro trimestre de 2003. Desta forma a empresa quer alcançar um nível de custos em que possa atingir o break even - recuperação do investimento - com vendas anuais de cerca de 120 mil milhões de coroas (12,89 mil milhões de euros). Contudo, a empresa já disse que espera voltar a obter lucros em 2003.



Segundo Pia Gideon, porta-voz da fabricante sueca, a companhia decidiu alargar a estratégia de redução de custos dado que os passos iniciados em Abril foram realizados antes do tempo. Gideon afirmou que a força de trabalho da Ericsson, que era nessa altura de 82 mil funcionários, já desceu para 76 mil, a meta estabelecida para o final de 2002.



Esta responsável da companhia afirmou que a mão de obra pode situar-se abaixo dos 60 mil empregados em 2003. A meta anterior da Ericsson consistia em reduzir o seu pessoal a cerca de 65 mil trabalhadores até ao final do próximo ano.



Entretanto, em relação ao segundo trimestre deste ano, a empresa registou perdas líquidas no valor de 2,72 mil milhões de coroas (292,25 milhões de euros), comparado com uma perda líquida de 14,23 mil milhões de coroas (1,52 mil milhões de euros) verificada no mesmo período de 2001. Os analistas esperavam perdas líquidas, excluindo despesas de reestruturação, de 3,06 mil milhões de coroas (328,78 milhões de euros) com base em vendas de 39,68 mil milhões de coroas (4,26 mil milhões de euros).



Durante os três meses que encerraram em 30 de Junho, a Ericsson obteve vendas de 38,55 mil milhões de coroas (4,14 mil milhões de euros), uma descida de 39 por cento em relação aos 62,78 mil milhões de coroas (6,74 mil milhões de euros) de um ano antes e, ao mesmo, tempo, uma redução de 31 por cento comparando com o volume de vendas pro forma de 55,53 mil milhões de coroas (5,96 mil milhões de euros) registados no segundo trimestre de 2001.



Os valores pro forma excluem as actividades relacionadas com telemóveis de que a Ericsson efectuou um spin off com vista à criação de uma joint-venture com a Sony no Outono passado.



Por outro lado, a Ericsson aproveitou para reduzir as suas previsões para os seus principais mercados. No que toca às vendas de toda a indústria de equipamento para sistemas móveis, espera que venham a descer mais de 15 por cento durante este ano, à medida que as operadoras continuam a atrasar a realização de investimentos nas suas redes.



Prevê ainda que as vendas de equipamento de comutação de circuitos diminuem mais do que a sua anterior estimativa de uma quebra de 40 por cento. Quanto às vendas de telemóveis para este ano, é esperado que o número de unidades comercializadas se situe perto dos 390 milhões. Anteriormente, a Ericsson tinha previsto que o número de aparelhos vendidos fosse de 400 a 420 milhões. A sua rival Nokia desceu ontem as previsões de vendas globais para as 400 milhões de unidades.


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