A empresa portuguesa ISQ está a desenvolver uma base de dados que será usada pela ESA para o planeamento das suas missões espaciais, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental das mesmas. A tecnológica conta ter o projeto pronto em meados deste ano e recebeu 600 mil euros da agência espacial para a sua concretização.

A ESA quer não só reduzir o impacto ambiental para o planeta Terra - que começa na extração das matérias-primas que permitem construir os equipamentos e que termina com a queda de satélites no solo, por exemplo -, como também o nível de exposição dos trabalhadores que recolhem e estão em contactos com os materiais.

A base de dados desenvolvida pela ISQ vai permitir fazer uma comparação de cenários entre diferentes matérias-primas e processos de fabrico. “A ESA quer marcar uma posição em relação às questões de sustentabilidade”, disse o engenheiro de ambiente da empresa, Eduardo João Silva, ao jornal Público.

O especialista deu um exemplo do que pode vir a ser feito. Os tanques de combustíveis dos foguetões são construídos em liga de titânio, mas existe um grande desperdício de material. Agora que a impressão 3D começa a dar passos na manufatura de materiais de grande resistência. “As impressões 3D acabam por ter um impacto positivo porque só é necessário 2% do titânio. Prevê-se que no futuro próximo esta tecnologia venha a ser possível”, explicou Eduardo João Silva.

Apesar de ainda não ser possível recorrer a este processo é necessário listar as técnicas que podem vir a ser alternativas. Basta lembrar que uma missão que começa a ser planeada no próximo ano pode ser concretizada depois de 2020.

O trabalho da ISQ conta com o apoio de duas empresas norueguesas: a Asplan Viak, do segmento da construção civil, e a Sintes, especializada em impressão 3D.

A ESA deverá começar a usar a base de dados para planeamento das suas missões já em 2017.

Já a ISQ tem registo de outras parcerias com projetos relacionados com a exploração espacial, como a participação que vai ter no mais sofisticado e poderoso telescópio ótico do mundo ou no Intermediate eXperimental Vehicle (IXV).

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