A utilização da Inteligência Artificial para as boas relações, democratização dos dados, o metaverso e a imersão no futuro ou a concretização da era quântica, são algumas das 10 tendências identificadas pela unidade Deep Digital Business da LLYC num estudo que aponta as tendências tecnológicas que vão dominar o ano de 2022. Mas nem todas estão no mesmo “patamar” e há algumas que só vão trazer impactos e benefícios concretos a mais longo prazo.
A análise das 10 tendências foi feita ontem por Rui Coutinho, da Nova SBE, que detalhou os impactos de cada uma e a sua aplicação no negócio, fazendo também o mapeamento das empresas portuguesas que estão a liderar nestas áreas, e que são consideradas "frontrunners".
O diretor executivo do ecossistema de inovação da Nova SBE considera que quase todas as áreas de tendências identificadas no estudo estão a ser endereçadas por empresas como a Altice, a Delta ou a Didimo, e apenas não conseguiu identificar um “match” para a área dos cookies, que estão a evoluir rapidamente para uma maior transparência na partilha de informação com o utilizador.
Rui Coutinho fez também a avaliação sobre o impacto e o tempo de concretização das 10 tendências, entre as que têm uma aplicação transformacional ou incremental, e as que já estão a ter efeito atualmente, ou ainda se vão materializar mais tarde. As tecnologias quânticas e o metaverso são as que foram colocadas num quadrante mais transformacional e com impacto a mais longo prazo. Já as arquiteturas multicloud, as mudanças nos cookies e mesmo os públicos fluidos têm um impacto incremental, que já se está a fazer sentir agora.
As tendências foram ainda analisadas pelos alunos de mestrado da Nova SBE e essa apreciação permitiu que fossem destacadas algumas preocupações, nomeadamente a nível ético. “Há um entusiasmo generalizado coma s tendências e a evolução para melhorar a vida, mas há alguma inquietação como vamos usar e as nossas escolhas em relação à tecnologia”, explicou Rui Coutinho.
10 tendências que não são novas mas que se consolidam em 2022 e mais além
O estudo da unidade Deep Digital Business da LLYC já tinha sido apresentado em fevereiro e reconhece a evolução acelerada no digital que aconteceu nos últimos dois anos, com os passos dados para uma maior consciência digital, que ao ritmo normal teria demorado mais tempo a materializar-se. “Isto fará com que a transformação digital acelere a cada dia que passa, pelo que prevemos um 2022 em que assistiremos a grandes disrupções nesta área”, defende Marlene Gaspar, Diretora Sénior de Engagement e Deep Digital Business da LLYC em Portugal.
O relatório aponta 10 tendências que a LLYC considera que vão marcar a transformação digital das empresas e instituições em 2022, e que são as seguintes:
- IA para as boas relações: Tecnologias como o processamento da linguagem natural, o reconhecimento de imagens ou áudio, combinadas com a visualização de dados permitem hoje estruturar, analisar e visualizar insights e motivações dos vários stakeholders.
- Democratização dos dados: As culturas data-driven vão ser cada vez mais valorizadas nas organizações que passarão a ter o mantra de que “a melhor forma de fazer bem o seu trabalho é fazer uso da informação que é gerada pelas equipas de intelligence”.
- No cookies, no party: Estão a emergir outros modelos de informação sem recurso a cookies, formas mais transparentes e “limpas”. Assim, as marcas apostam cada vez mais na construção de uma first party data que permite conhecer melhor as suas audiências.
- Imersão no futuro: Estamos a poucos anos de nos mudarmos massivamente para o metaverso: os dispositivos de realidade virtual e realidade aumentada farão parte da nossa vida até 2030, quebrando todas as barreiras entre o que é a realidade e o virtual.
- Da era digital à era quântica: A computação quântica possibilitará processar um volume enorme de informações a uma velocidade exponencial e serão sistemas complexos e especializados que passarão a estar presentes em contextos científicos, tecnológicos e até corporativos.
- Públicos fluidos: Estamos a deixar de segmentar a audiência por idade ou género para passar a analisá-la de acordo com o comportamento e a comunidade a que pertence naquele momento - uma caracterização fluída, em experimentação constante.
- As arquiteturas multi cloud: Hoje em dia, o serviço Cloud é muito mais que o armazenamento de informação: é um dos principais aliados das equipas tecnológicas para quebrar barreiras à capacidade de intelligence das empresas.
- O momento do marketing inclusivo: A inclusão é um fosso à escala global - não apenas na esfera digital. Numa sociedade onde a diversidade parece não ter lugar, o marketing inclusivo surge para pensar em todas as pessoas, e não apenas na maioria. É no todo que a diversidade está incluída.
- A tecnologia no (e para o) talento: Transformar o talento tecnológico dentro das empresas não só é mais vantajoso, como também é mais saudável para a cultura corporativa de uma empresa. A IA permitirá personalizar a formação adaptada a cada colaborador.
- Deep digital leadership: A verdadeira transformação digital não é apenas ao nível das ferramentas e tecnologias: envolve mudanças culturais e estratégicas profundas. A transformação digital exige líderes digitais que pensam, agem e reagem de forma diferente.
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