Os mais recentes dados da Eurospace revelam que, em 2019, as vendas da indústria aeroespacial europeia superaram os 8,7 mil milhões de euros, tendo gerado, ao todo, 47.895 postos de trabalho a tempo inteiro. O valor representa um crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior.

Embora a sua realização tenha sido afetada pela pandemia de COVID-19, resultando numa publicação mais tardia do que o habitual, o relatório anual detalha que são três grupos os responsáveis por cerca de metade de todos os postos de trabalhos gerados em 2019. Em primeiro lugar está a Airbus, com 25,02%, seguindo-se a Thales, com 17%, e o ArianeGroup, com 9,01%.

Entre as empresas da indústria aéreo espacial europeia que mais emprego geraram destaca-se também a GMV, a multinacional que já está em Portugal há mais de 20 anos. Além de representar 2,06% dos postos de trabalho criados em 2019, a empresa avança em comunicado que conseguiu aumentar em 30% a sua faturação relativamente ao ano anterior, ultrapassando os 140 milhões de euros.

No que toca à atividade espacial entre 2015 e 2019, a Europa posiciona-se como a quarta potência espacial, com 10% de todos os lançamentos e 11% de todos os veículos espaciais produzidos. O “pódio” é liderado pelos Estados Unidos, com 40% de todos os lançamentos e 41% da produção de veículos espaciais. No segundo e terceiro lugares estão a China e a Rússia.

A 24ª edição do relatório anual da Eurospace indica que as vendas da indústria espacial europeia estão associadas a clientes institucionais, representando 71% do volume total. Já os clientes privados representam 29% das vendas.

Entre os principais clientes institucionais estão a ESA, as agências nacionais, a Eumetsat, as Forças Armadas e a Comissão Europeia. Ao todo, os programas institucionais geraram 5,5 mil milhões de euros em receitas na indústria europeia.

Os programas da ESA, por exemplo, continuam a ser a principal fonte de receitas para a indústria europeia, gerando 2,8 mil milhões de euros e representando 51% das receitas do sector. As receitas dos programas nacionais, sejam civis ou militares) também continuaram a crescer em 2019, alcançando os 1,7 mil milhões de euros e totalizando 30% das receitas do sector.

Os programas da União Europeia, em especial o Copernicus e o GNSS (Global Navigation Satellite System) representaram 800 milhões de euros, ou 15% das receitas. As receitas dos segmentos comerciais e de exportação quase recuperaram o seu nível de 2017 após uma queda profunda em 2018, alcançando 37% do total da indústria.