Na Europa vão ser gastos em Tecnologias de Informação este ano 1,2 biliões de dólares, num crescimento de 4,2% face à despesa realizada no ano passado. Os países escandinavos e o Reino Unido devem dar o principal impulso para fazer cumprir a previsão da IDC. A consultora também antecipa uma queda de 9,4% na despesa TI na Rússia, por impacto das sanções relacionadas com a guerra na Ucrânia, e a saída de muitas empresas de tecnologia daquele mercado.
A pressão da inflação e a recessão em alguns países europeus não serão suficientes para inverter a tendência de crescimento dos investimentos em TI e serviços empresariais, serviços de telecomunicações e hardware na região. No entanto, na área dos dispositivos, a previsão é de uma queda da despesa na ordem dos 2,2%, por impacto do declínio do poder de compra dos consumidores, restrições na cadeia de fornecimento, e medidas de poupança de custos nas empresas.
O sector do consumo continuará, ainda assim, a ser responsável pela maior fatia da despesa com tecnologia em 2023, quase um terço (28%). No universo empresarial, e por sectores, a liderança cabe à banca, que está interessada sobretudo em soluções que permitam acelerar a automação em áreas de suporte às suas atividades core, soluções para gestão de bases de dados e gestão de recursos. A AI será usada sobretudo como ferramenta de suporte a serviços que assegurem uma melhor experiência de utilizador.
Por áreas, a maior fatia do investimento em tecnologia na Europa irá para software e para soluções cloud-first que, como sublinha a IDC, se têm mostrado áreas resilientes à “tempestade de disrupções” que neste momento afeta o velho continente.
Neste domínio, destaca-se ainda o crescimento rápido na adoção de plataformas de inteligência artificial e ferramentas de gestão da qualidade e ciclo de vida do software, plataformas de aplicações, software de orquestração e integração e aplicações colaborativas.
"Embora as organizações na maioria dos países estejam a antecipar uma recessão este ano, as perspetivas para a despesa europeia em TIC continuam positivas", defende Zsolt Simon, analista sénior da IDC. "Os investimentos tecnológicos estão a ser encarados como um meio para obter uma vantagem competitiva e fornecer soluções para muitos dos desafios que surgem num mercado extremamente volátil", acrescenta o responsável.
O estudo Worldwide ICT Spending Guide: Enterprise and SMB by Industry analisa a despesa em 100 categorias tecnológicas em 53 países. Prevê que a despesa TI na Europa em 2026 tenha já avançado até 1,4 biliões de dólares.
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