A Google abandonou a corrida para o projeto Joint Enterprise Defense Infrastructure (JEDI), uma iniciativa do Pentágono para reformular a sua infraestrutura de computação em nuvem, avaliada em 10 mil milhões de dólares.

A gigante de Mountain View aponta várias razões para a sua decisão de não participar naquilo que é parte de uma estratégia de modernização do Departamento de Defesa norte-americano, como o facto de não ter a certeza se o JEDI combina com os princípios da empresa em relação ao uso da Inteligência Artificial.

Recorde-se que a Google tem vindo a trabalhar com um sistema personalizado de inteligência artificial implementado em drones de vigilância com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O objetivo da tecnologia é detetar rotas de veículos e outros objetos, enviando os resultados para análise no Pentágono.

No entanto, esta parceria tem sido motivo de ruptura entre a tecnológica e os seus funcionários, com alguns a demitirem-se por se sentirem desconfortáveis por trabalhar numa empresa que utiliza as suas capacidades de forma irresponsável, e que se envolve profundamente com as esferas políticas e militares dos EUA.

No seguimento dessas ações, a Google decidiu não renovar o contrato com o Pentágono e que envolve projetos de inteligência artificial ligados à defesa,  o qual terminará em 2019.

As condições do contrato, que procura ter um único fornecedor em dez anos, podem também ter tido impacto na decisão, uma vez que “o Google Cloud acredita que uma abordagem com várias nuvens é do melhor interesse das agências governamentais porque permite que elas escolham a nuvem certa para a carga de trabalho correta”, esclareceu um porta-voz da tecnológica.

A desistência da Google será, talvez, uma boa notícia para os outros candidatos como a IBM, Microsoft, Oracle e Amazon. A tecnológica de Jeff Bezos é apontada como a favorita, graças à sua liderança no mercado e certificações de segurança e trabalho em nuvem com a CIA.