Marcos Valério, o publicitário brasileiro que alegadamente negociava as verbas para o financiamento ilegal de partidos brasileiros desmentiu ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito que a Portugal Telecom estivesse directamente envolvida no esquema.



O publicitário afirmou que os três encontros com Miguel Horta e Costa estiveram relacionados com uma eventual compra da Telemig Celular, que acabou por não se verificar. Isto porque a operadora brasileira é a maior cliente da agência de publicidade de Marcos Valério no Estado de Minas Gerais.



Miguel Horta e Costa já tinha garantindo que a PT não estava envolvida no esquema que previa o pagamento de verbas a deputados brasileiros da oposição para que votassem favoravelmente medidas do Governo, esclarecendo que os encontros com o publicitário tiveram sempre como objectivo tratar de interesses da PT.



À Comissão de Inquérito o publicitário precisou que os encontros serviram para levar projectos de publicidade ao CEO, detalha o Jornal de Negócios. No mesmo dia o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, garantiu que as acusações de envolvimento da PT no escândalo de corrupção brasileiro, conhecido por Mensalão, não abalam a confiança que existia na administração da operadora.



O escândalo Mensalão teve início com as denúncias do deputado do Partido Trabalhista Roberto do Brasil Jefferson que garantiu ter conhecimento da existência de um saco azul no partido de Lula da Silva, que serviria para comprar votos na oposição.



A PT foi envolvida no esquema quando o deputado garantiu numa comissão de ética que o ex-chefe da Casa Civil do Presidente da República, José Dirceu, autorizou o envio a Portugal de representantes do seu partido e do partido do Governo, o Partido dos Trabalhadores, para negociar financiamentos com a operadora.



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