São necessárias mais investigação de excelência, inovação com impacto e empresas em expansão tecnológica para tornar a Europa mais competitiva, segura e sustentável a nível mundial, segundo um conjunto de recomendações para reforçar o Horizonte Europa, o programa de investigação e inovação da UE e o seu sucessor, apresentado esta quarta-feira à Comissão Europeia.

As recomendações foram elaboradas por um grupo independente de 15 especialistas presidido por Manuel Heitor, ex-secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.

No relatório apresentado, intitulado “Align, Act, Accelerate: Investigação, tecnologia e inovação para impulsionar a competitividade europeia”, o grupo destaca o valor acrescentado europeu do programa-quadro de investigação e inovação da UE (I&I) e apresenta 12 recomendações.

Entre elas está a adoção de uma abordagem de governação integrada alinhada com a estratégia da UE para a competitividade e para uma economia limpa e digital, assim como proporcionar valor acrescentado “através de uma carteira de ações centradas na excelência competitiva, na competitividade industrial, nos desafios societais e num sólido ecossistema de investigação e inovação”.

Propõe igualmente a criação de uma unidade experimental “para lançar programas de inovação disruptiva com opções de financiamento rápidas”, assim como a criação de dois conselhos, um na área da competitividade industrial e tecnologia e outro relativo aos desafios societais, dedicado a “abordar questões societais fundamentais, alinhar-se com as prioridades estratégicas da UE e dialogar com a filantropia e a sociedade civil”.

O grupo apela também à construção de um ecossistema de I&I que garanta investimentos a longo prazo, “promovendo alianças universitárias e incentivando o coinvestimento dos Estados-Membros” e à simplificação do programa, “através da redução dos encargos administrativos, da adoção de um financiamento ágil e da racionalização dos processos de candidatura”.

Com base nestas recomendações, o grupo apela a um orçamento reforçado, “mais focado e protegido”. De acordo com a análise feita, este investimento posicionaria a Europa como líder na colaboração e governação internacionais em matéria de I&I.