Há uma nova rede na mira de Israel na luta contra o financiamento de grupos como Hamas e Hezbollah

A rede Tron tem vindo a ganhar impulso como uma plataforma para transferências de criptomoedas associadas a grupos considerados por Israel, Estados Unidos e outros países, como associações terroristas,

a closeup shot of a pile of cryptocurrency cash golden coins · Freepik | wirestock

Segundo uma análise da Reuters, que entrou em contacto com especialistas em crimes financeiros e em investigações na blockchain, há um aumento acentuado no “congelamento” de carteiras Tron por parte dos serviços de segurança israelitas. Por contraste, regista-se uma queda nas apreensões de carteiras de Bitcoin usadas para estes fins.

Entre julho de 2021 e outubro de 2023 o National Bureau for Counter Terror Financing (NBCTF) de Israel, a entidade responsável pelas apreensões, “congelou” 143 carteiras de Tron que estariam ligadas a organizações terroristas ou a ser usadas para financiar crimes terroristas.

Este ano foram realizadas 87 apreensões, incluindo de 39 carteiras digitais que Israel afirma pertencerem ao Hezbollah no Líbano e 26 que estarão ligadas ao movimento da Jihad Islâmica da Palestina, um aliado do Hamas.

Entre elas estão também 56 carteiras digitais de Tron com ligações ao Hamas. De acordo com o NBCTF, 46 delas estão ligadas a uma corretora de criptomoedas baseada em Gaza chamada Dubai Co. For Exchange, considerada por Israel como um dos aliados do Hamas.

Nas semanas que se seguiram aos ataques do Hamas em outubro, Israel anunciou que tinha “congelado” 600 contas ligadas a esta corretora, no entanto, sem mencionar que redes ou criptomoedas estavam a ser usadas.

Em declarações à agência noticiosa, Hayward Wong, porta-voz do projeto Tron, afirmou que, em teoria, todas as tecnologias podem ser usadas para atividades questionáveis, apontando por exemplo para os casos de lavagem de dinheiro em que são usados dólares norte-americanos.

O porta-voz indica que o projeto não tem controlo sobre quem usa a sua tecnologia, afirmando que não está ligado aos grupos terroristas identificados por Israel.

Imagens de satélite dão conta da evolução do conflito. Clique para ver com mais detalhe

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