
(Atualizada) A HP acaba de anunciar aquela que poderá ser uma das maiores transformações da tecnológica que nos últimos anos tem feito diversas grandes mudanças estratégicas. A par dos resultados financeiros do terceiro trimestre a empresa comunicou que está à procura de alternativas para a divisão de PCs, considerando um eventual spin off, e que vai abandonar os equipamentos baseados no sistema operativo móvel webOS, que ainda no ano passado foi anunciado como a grande aposta depois da compra da Palm.
Ao mesmo tempo a HP comunicou o investimento de 10 mil milhões de dólares (cerca de 7 mil milhões de euros) na Autonomy, uma empresa de desenvolvimento de software para empresas baseada no Reino Unido, que deverá ajudar a afinar o enfoque da empresa no mercado empresarial e nos serviços.
Ainda não se sabe qual o impacto que a decisão irá ter sobre os colaboradores da empresa, que são mais de 300 mil em todo o mundo.
Leo Apotheker, CEO da HP, afirmou que este é "o dia 1 da mudança" e garantiu que quer acelerar o crescimento da HP, que estagnou não só devido à conjuntura económica como em resultado da mudança de tendências de consumo, que não foram devidamente acompanhadas pela estratégia da empresa.
O objetivo é voltar a centrar a empresa no mercado empresarial, na área de serviços e cloud computing, seguindo uma tendência que muitas das grandes empresas de tecnologia já assumiram, nomeadamente a IBM.
Entre as opções da reestruturação da empresa destaca-se o abandono dos equipamentos baseados na plataforma webOS, que foi o principal motivo para a compra da Palm no ano passado. A HP admite que estes não atingiram as metas definidas internamente e os objectivos financeiros, e abandona a produção do seu tablet TouchPad, que chegou às lojas há poucas semanas, os smartphones Pre e outros produtos baseados no sistema operativo móvel.
Embora não seja claro nem tenha sido muito exporada a ideia, a HP mantém porém a afirmação de que, mesmo descontinuando a operação dos terminais com webOS, vai "explorar opções para otimizar o valor do software webOS".
Está também previsto o spin off da divisão de PCs, que a HP tinha reforçado com a compra da Compac em 2002, uma das maiores já realizadas pela empresa e que custou 25 mil milhões de dólares na altura. Com a separação do negócio do PSG (Personal Systems Group) a tecnológica livra-se da unidade que se torna cada vez mais pesada pela perda de quota de mercado que tem sofrido, mas também pelas baixas margens que são geradas atualmente neste negócio.
A decisão sobre o rumo a dar à divisão de PCs vai ser tomada nos próximos 12 a 18 meses, sendo que até lá o negócio vai continuar a ser gerido de forma "normal". De fora desta decisão fica o negócio das impressoras, mesmo para o mercado de consumo, e o de outros equipamentos, como servidores e equipamentos de rede.
Nos últimos trimestres os resultados da HP têm sido fracos, desapontando investidores e levando a fortes quebras das ações, que desceram cerca de 22% desde o início deste ano e estão agora a 29,51 dólares por título.
Reforço do negócio empresarial
O anúncio da aquisição da Autonomy enquadra-se de forma perfeita na estratégia de aposta no sector empresarial. A empresa britânica desenvolve software especializado em análise e pesquisa de dados e foi fundada por investigadores da Universidade de Cambridge em 1996. No último ano a empresa gerou receitas de mil milhões de dólares e assumiu uma posição de liderança entre as tecnológicas britânicas.
A oferta de 10 mil milhões de dólares pela empresa valoriza a companhia britânica em 64% face ao seu valor de mercado registado no fecho dos mercados no dia anterior. Este é a terceira maior compra da história da HP em valor, depois da Compaq, que custou 25 mil milhões de dólares em 2002 e da EDS, comprada por 13,9 mil milhões em 2008.
O negócio terá ainda de ser submetido à aprovação dos acionistas da Autonomy mas a HP espera que esteja completo antes do final de 2011.
Segundo o comunicado da HP, o objectivo é que a Autonomy continue a ser gerida como um negócio independente.
Escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico
Nota da Redação: A notícia foi atualizada para clarificar que a HP afirma que vai continuar a "explorar alterativas para o software webOS".
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